O feito da equipa de Rui Borges tem várias figuras principais e pontos de destaque numa época marcada pela saída de Ruben Amorim, quando o Sporting parecia embalado em todas as competições.
Neste artigo, o Flashscore destaca cinco fatores que acabaram por ser determinantes para que o Sporting voltasse a celebrar a dobradinha.

Gyökeres, o rei de Portugal
A estadia de Gyökeres em solo português parece estar a chegar ao seu inevitável fim, mas o avançado sueco irá deixar o Sporting depois de uma época melhor do que a anterior, algo que parecia difícil quando 2023/24 terminou.
Quando faltavam ideias, não faltava Gyökeres e quando havia ideias, aparecia sempre Gyökeres. Com apenas dois jogos a mais, bateu a marca de golos da época passada e lutou até ao fim pela Bota de Ouro.

Além da sua conhecida veia goleadora, acrescentou ao seu arsenal a capacidade para jogar em apoio e ser um farol que iluminou o Sporting ao longo de toda a temporada. O avançado sueco, uma vez mais, foi a grande figura do futebol português em 2024/25. É caso para dizer: "Dobradinha, que gordinha".

Capitão Hjulmand
A dobradinha leonina teve clara influência nórdica e é impossível não destacar os méritos do Sporting sem falar em Morten Hjulmand.
Contratado ao Lecce na época passada, assumiu a responsabilidade da braçadeira de capitão após uma época em que saíram várias referências em Alvalade, mas na qual certamente não esperava ter de conduzir a equipa numa estrada com tantas curvas.
A saída de Amorim, da qual o próprio assumiu desilusão, foi um teste exigente à liderança de Hjulmand, mas o dinamarquês mostrou, muitas vezes em bom português, que tem a fibra necessária para ser capitão de um clube como o Sporting. Atendendo às palavras do próprio, é possível que continue a sê-lo durante muitos anos.
Reforço de inverno
Depois de semanas complicadas pelos problemas físicos, esperava-se que Frederico Varandas encontrasse outro tipo de soluções no mercado de inverno, mas a verdade é que, se a contratação de Biel não resultou, a de Rui Silva dificilmente podia ser mais certeira.
Kovacevic foi um tiro ao lado e Franco Israel nunca deu a segurança necessária à linha defensiva leonina, que passou a respirar melhor assim que Rui Silva trocou Sevilha por Lisboa.
O internacional português não é um guarda-redes vistoso, mas foi determinante para a dobradinha, não só pelas defesas decisivas que foi fazendo - como no domingo no Jamor -, mas também pela tranquilidade que conseguiu passar à equipa assim que fez o primeiro jogo de leão ao peito.

"O campeão da tasca"
O Sporting vinha de uma fase atribulada quando Rui Borges trocou Guimarães por Alvalade, mas o técnico de 43 anos nunca quis pensar em desculpas e focou-se em encontrar soluções para atingir o sucesso nesta sua primeira experiência num grande.
A forma como entra, com uma vitória no dérbi diante do Benfica, foi determinante para agarrar o grupo e mostrar que podia ser o homem certo na altura certa para levar o Sporting ao bicampeonato e à dobradinha.
A qualidade futebolística nunca se aproximou daquela que o Sporting teve com Ruben Amorim, o que motivou algumas críticas, mas a verdade é que esta dobradinha não seria possível sem o técnico vindo de Mirandela. Merecidamente, "o campeão da tasca".
Incansável Francisco Trincão
Os méritos de Trincão ficam muitas vezes escondidos atrás da veia goleadora de Gyökeres, da liderança de Hjulmand ou de momentos decisivos como o golo de Eduardo Quaresma frente ao Gil Vicente, mas o Sporting não poderia escrever dobradinha sem Francisco Trincão.
Com 54 jogos e 4.862 minutos - o mais utilizado do plantel, mais 432 minutos do que Viktor Gyökeres -, o esquerdino sacrificou-se pelo coletivo e revelou-se uma figura decisiva para os dois títulos dos leões.
A final da Taça de Portugal, onde esteve discreto durante grande parte do jogo, mas decisivo nos três golos, é o retrato fiel da época de Trincão: nem sempre brilhante, mas fundamental.