Recorde as incidências do encontro
Rui Borges falou de um 11 de lesionados antes do jogo com o Gil Vicente e foi com as já habituais baixas que o Sporting se deslocou a Barcelos para tentar o apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal. Outro tema da conferência de imprensa foram as más segundas partes da equipa leonina, mas desta vez o cenário inverteu-se.

A entrada do leão foi tímida e não começou da pior maneira porque Rui Silva negou o golo a Aguirre logo aos 2 minutos de jogo. A equipa de Barcelos também tem os seus problemas e chegou a este jogo ainda sem uma definição quanto a um treinador, logo num dia em que Luís Pinto recusou o convite endereçado pela direção gilista, mas soube lidar melhor com a fase negativa e podia ter chegado ao intervalo em vantagem.
A má primeira parte do Sporting, que só ameaçou num remate tímido de Harder, amarelado por pedir um canto que deveria efetivamente ter sido assinalado, só não foi pior porque Rui Silva foi, de longe, o melhor em campo nesses primeiros 45 minutos. O internacional português gritou com os colegas mais do que uma vez, mas foi como se não o tivesse feito.

Sem capacidade de reação, o Sporting manteve-se em sub-rendimento. Quenda e Trincão não estavam a decidir bem com bola, Debast e Alexandre Brito não desequilibravam no meio-campo e o Gil aproveitava para acumular aproximações, muito por culpa do talento de Fujimoto, sempre capaz de dar soluções ofensivas, algo que os jogadores do Sporting não conseguiram fazer com Harder, por exemplo.
A primeira parte do Gil não foi brilhante, diga-se, mas quando comparada com a fraca prestação do conjunto de Rui Borges quase só havia coisas boas a dizer do conjunto gilista. A lamentar para a equipa da casa só mesmo as defesas de Rui Silva e o desperdício de Aguirre (33') e Félix Correia (36' e 41'). Ao intervalo, o nulo era um resultado duro para a formação gilista.
Depois de uma primeira parte para esquecer, a equipa de Rui Borges estava forçada a melhorar no segundo tempo. Só assim podia pensar em apurar-se para as meias-finais, até porque sem rematar à baliza seria difícil chegar à vantagem. Nesse sentido, o técnico lançou Gyökeres para o lugar de Harder e a verdade é que as diferenças foram evidentes.

A segunda parte foi o oposto da primeira, com o Sporting a dominar os 45 minutos restantes numa tentativa de evitar outros 30 que seriam pesados para as pernas já sobrecarregadas da equipa leonina. Rui Silva não se viu mais e foi Brian Araújo, guarda-redes gilista, a começar a aparecer.
Aos 51', o Sporting ainda teve um penálti assinalado por mão de Marvin na área gilista, mas o lance acabou revertido depois de Cláudio Pereira ter ido ver as imagens. Ainda assim, isso não travou o leão para 30 minutos de qualidade que viriam a ser suficientes para o apuramento frente a um Gil que foi desaparecendo ao longo da partida.
Gyökeres teve movimentação importante pela esquerda e viu o espaço no meio-campo para entregar a bola a Debast (68'), que apanhou a jeito e arriscou um remate que ainda desviou em Castillo e só parou no fundo das redes gilistas. Um bilhete que servia para tirar o bilhete para as meias-finais, no fundo.
Parecia que tudo se estava a encaminhar para uma reta final tranquila para o Sporting, especialmente depois de Zé Carlos (73') ver o segundo amarelo e deixar o Gil Vicente reduzido a 10, mas Brian manteve o Gil Vicente na eliminatória ao negar o 0-2 a Trincão (76') e a equipa gilista, numa rara aparição na área de Rui Silva na segunda parte, fez mesmo o 1-1.
Só que, após longa análise com recurso ao VAR, no centro da polémica nos últimos dias do futebol nacional, detetou um fora de jogo de 3 centímetros a Rúben Fernandes (88') e confirmou a passagem do Sporting para as meias-finais.
Homem do jogo Flashscore: Zeno Debast (Sporting)