Contratado no verão passado, Arthur Cabral não teve vida fácil na Luz. A primeira época saldou-se por 11 golos em 43 jogos e muitas críticas a um avançado que foi tendo espaço de forma intermitente sob o comando de Roger Schmidt, numa tentativa de ocupar o espaço deixado por Gonçalo Ramos.
As alcunhas maldosas não tardaram a surgir, os rumores que apontavam à saída intensificaram-se durante o verão, mas o avançado de 26 anos ficou. Não para ser titular, mas para ser alternativa a Vangelis Pavlidis, o goleador no qual foram colocadas todas as fichas.

As taças passaram a ser o terreno das oportunidades para Artur Cabral, mas os jogos com Pevidém e Santa Clara renderam zero golos (o único foi na Liga com o Boavista). Diante do Estrela da Amadora, nova titularidade e mais tempo para procurar o tento de que todos os avançados precisam para respirar.
O hat-trick de Di María em 18 minutos desbloqueou a partida, mas Arthur Cabral parecia preso na luta contra os fantasmas que o afetam desde que chegou à Luz. Três oportunidades, três falhanços, alguns assobios e Pavlidis a aquecer. Contudo, Bruno Lage provou que um treinador é muito mais que um tático. O técnico mostrou uma inteligência emocional que muitas vezes falta a quem lidera homens: pediu palmas aos adeptos e congelou uma entrada de Pavlidis que inevitavelmente redundaria em vaias a Cabral.
Assim ganhou um jogador. Aos 86 minutos, o avançado brasileiro marcou e não escondeu a frustração no festejo. Quatro minutos mais tarde o bis, o primeiro com a camisola do Benfica (não celebrava dois golos no mesmo jogo desde fevereiro de 2023, quando o fez com a camisola da Fiorentina contra o SC Braga, na Liga Conferência).
A empatia entrou em campo e deu resultados. A recordação de que em cada jogador há uma pessoa com quem é preciso aprender a lidar.
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