Recorde aqui as incidências do encontro
Numa luta acérrima pelo primeiro lugar do campeonato e com uma vantagem de cinco golos trazida da primeira mão, as águias puderam usar esta partida para dar ritmo a jogadores menos utilizados, mantendo apenas António Silva e Florentino no onze. Já os jesuítas, que terminaram em sétimo lugar da Série A do Campeonato de Portugal, precisavam de vencer por seis golos para não se despedirem da temporada.

A tarefa impossível não demoveu os comandados de Emanuel Simões que apareceram em bom plano e sem medo do palco da Luz nos primeiros minutos da partida. Os forasteiros atacaram com qualidade, sem medo de ter a bola no pé e conseguindo suster o ataque encarnado, entregue ao poder físico de Arthur Cabral e Belotti. O primeiro lance de perigo surgiu aos 24 minutos, num pontapé de canto desviado pelo italiano ao primeiro poste, com Leandro Barreiro a desviar ao poste já perto da linha de golo.
Esse lance parece ter aberto a caixa das oportunidades, já que, pouco depois, Cabral fugiu na profundidade e rematou muito forte para uma defesa enorme de Tiago Gonçalves que ainda recuperava a posição. A seguir, uma boa combinação entre Tiago Gouveia e Bruma terminou com o ex-SC Braga a atirar ao lado do poste. No minuto seguinte, ameaçou o Tirsense num belo movimento de Bernardo Mesquita sobre a esquerda a tirar um cruzamento rasteiro, Júlio Alves desviou e valeu Dahl a afastar o perigo quando André Fontes estava prestes a encostar.

Em cima do descanso, Tiago Gonçalves voltou a brilhar para travar um remate de meia distância de Tiago Gouveia, mas a resistência dos nortenhos viria a ruir já em tempo de descontos. Num pontapé de canto muito confuso, António Silva apareceu no sítio certo para desviar o remate de Barreiro para o fundo das redes e colocar a eliminatória nuns inalcançáveis 6-0.
Sem alterações no reatamento, as águias estiveram muito perto de aumentar a vantagem em duas ocasiões soberanas: primeiro Leandro Barreiro cabeceou por cima em boa posição, depois foi Schjelderup a desperdiçar de forma incrível uma excelente transição de Belotti e Bruma. Bruno Lage estava insatisfeito com a exibição do ex-SC Braga e retirou-o de campo, juntamente com Florentino e Schjelderup.
Zeki Amdouni, Prestianni e João Veloso, em estreia pela equipa principal, foram para dentro de campo. Logo na primeira jogada, o argentino lançou um grande passe a atravessar a área para encontrar o suíço, que tirou um defesa da frente, mas com tudo para fazer o golo atirou um pouco ao lado.
As oportunidades para dilatar a vantagem multiplicavam-se, mas ora por falta de eficácia, ora pelos excelentes reflexos de Tiago Gonçalves, o 1-0 continuava teimoso. Porém, logo após uma grande defesa do guardião, as bolas paradas voltaram a trair os jesuístas: no canto resultante, Arthur Cabral desviou de cabeça e Bajrami confirmou o 2-0 em cima da linha de golo, estreando-se a marcar pela equipa principal, aos 74'.
O golpe foi profundo para a formação de Santo Tirso. Cinco minutos depois, Samuel Soares fez um grande passe de uma área à outra para encontrar Tiago Gouveia, que entrou na área, fintou o defesa, simulou o remate e deu o golo a Belotti, com o italiano a só ter de encostar para fazer o 3-0. Foi o ponto final na exibição dos dois portugueses, que foram substituídos por André Gomes e Hugo Félix.
Já em tempo de desconto, e novamente num pontapé de canto, Tiago Gonçalves ainda voou para travar o desvio traiçoeiro de João Martins, mas Leandro Barreiro voltou a aparecer ao segundo poste para confirmar o 4-0 e selar o apuramento para a final com contornos de goleada. O Benfica regressa à final da Taça de Portugal pela primeira vez desde 2021, já não ganha o troféu há oito anos e reencontra o eterno rival Sporting no jogo decisivo pela primeira vez desde o fatídico ano 1996, em que morreu um adepto leonino.
Homem do jogo Flashscore: Tiago Gouveia (Benfica).