Recorde aqui as incidências do encontro
A equipa de Santo Tirso regressou aos grandes palcos do futebol português, mas nem assim os jesuítas puderam receber este duelo na sua própria casa, um grande handicap para a equipa do quarto escalão. Bruno Lage já tinha anunciado várias mexidas e manteve apenas António Silva desde no Clássico.

A turma de Emanuel Simões podia ter surpreendido logo no arranque da partida, num livre estudado cobrado ao segundo poste, mas uma hesitação entre Gonçalo Cardoso e Jorge Silva terminou com a bola nas mãos de Samuel Soares. A forma compacta da defesa anfitriã adiou as ameaças encarnadas, mas na primeira aproximação, aos 16 minutos, Schjelderup trabalhou bem, descobriu Dahl na área, que disparou um cruzamento a meia altura para desvio azarado de João Pedro para a própria equipa.
Era, de facto, o flanco esquerdo do Benfica que funcionava com uma máquina bem oleada, enquanto Leandro Santos tentava dar um abanão do outro lado, Belotti estava combativo, mas com pouca solicitação. Cerca de 10 minutos depois, o norueguês voltou a fugir pelo mesmo lado numa transição e tirou um cruzamento perfeito, a meia altura, para uma entrada de rompante de João Rego, que rematou de primeira sem hipóteses para Tiago Gonçalves.
Os jesuítas reagiram, com Alex Reis a cabecear para defesa fácil de Samuel Soares, mas as águias retomaram as rédeas do encontro até ao intervalo. Amdouni testou a meia distância num remate à figura e o jogo seguiu para o intervalo com dois golos de diferença. Os anfitriões lançaram André Fontes no lugar de Gonçalo Cardoso para a segunda parte e voltaram mais atrevidos, tentanto estabelecer-se junto à área contrária, algo que os encarnados contrariaram ao baixar o ritmo de jogo com a posse de bola, tornando o jogo menos interessante.

As entradas de Arthur Cabral, Tiago Gouveia e Prestianni - estes dois após ausências de longo tempo - voltaram a trazer entusiasmo para dentro das quatro linhas, com o argentino a marcar com um belo remate colocado com poucos segundos em campo.
Já o português, que entrou para lateral direito, esteve envolvido no terceiro e assistiu para o quarto tento benfiquista apenas quatro minutos depois, com um cruzamento perfeito para o remate de primeira de Arthur Cabral, que ainda bateu na trave antes de entrar. As três peças lançadas por Bruno Lage tiveram envolvimento direto nos dois golos que resolveram o encontro e a eliminatória.
Ainda antes de terminar o encontro, Schjelderup coroou uma grande exibição individual com o golo que já merecia - depois de assistir para dois -, aproveitando o bom trabalho de Prestianni que lhe deixou o esférico à mercê, já dentro da área, com o nórdico a rematar rasteiro para estabelecer o resultado final.
Apesar de ainda faltar a segunda mão, no Estádio da Luz, o Tirsense já se vai despedindo, mas cai de pé depois de uma caminhada histórica até às meias-finais da competição, a primeira vez que uma equipa do quarto escalão português conseguiu este feito. Os adeptos fizeram a festa e não é para menos. Resta saber se as história poderia ter sido difrente, caso o jogo tivesse sido disputado no Estádio Abel Alves Figueiredo.
Homem do jogo: Andreas Schjelderup (Benfica).