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Rui Borges esclarece declarações sobre arbitragem: "Não disse que estavam errados, estavam certos"

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Rui Borges, treinador do Sporting
Rui Borges, treinador do SportingMANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA
Rui Borges, treinador do Sporting, fez esta quarta-feira a antevisão à partida dos quartos de final da Taça de Portugal, diante do Gil Vicente, em Barcelos. Leia as declarações abaixo.

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Gestão das lesões: "Em alguns momentos, todos nós sentimos a adversidade que nos tem acontecido, sejam lesões ou mesmo em termos de jogo, mas vejo o plantel focado no objetivo final, que é ser bicampeão. O nosso dia a dia é muito bom, o grupo está tranquilo, feliz, focado, apesar de tudo o que tem acontecido, está resiliente, humano na ligação uns com os outros, a ajudar no treino ou diálogo porque há muita gente de fora que não pode dar contributo, mas está com ânimo de lutar contra tudo. Vejo o grupo muito focado e rigoroso. Apesar de tudo o que nos tem acontecido, e às vezes não temos sido tão competentes, ainda somos primeiros. Em igualdade de pontos, é certo, mas mantemos o objetivo intacto, dependemos de nós e é esse o foco".

Chegar em primeiro na pausa das seleções: "É natural que o presidente o diga e que nós pensemos nisso. Eu, como treinador, tenho de pensar só no próximo jogo, não posso pensar a longo prazo, tenho de olhar a curto prazo pelas lesões que temos tido. O espaço temporal que o presidente falou é na esperança que, nesse espaço, consigamos recuperar malta que seja recuperável para este final de época porque o grupo fica mais forte. Ontem, no quadro, pusemos o 11 para o Gil e o 11 que estava de fora e o 11 que estava de fora é o campeão nacional. Queremos ter toda a gente disponível para este final de época exigente".

Declarações pós-jogo com o AVS sobre arbitragem: "Não vou falar de arbitragens. Falei no VAR porque pedi o mesmo critério. Não estava a criticar a arbitragem, foi uma boa arbitragem, os lances que estava a falar foram decisões do VAR. Não disse que estavam errados, estavam certos, só pedi o mesmo critério para todos. Se formos ao prejudicado e beneficiado, se formos à tal liga da verdade o Sporting tinha de ter mais quatro ou cinco pontos, mas é o que é, não gosto de me agarrar a ses. Não critiquei a arbitragem, pedi o mesmo critério para todos, não é só para os grandes, não nasci rico. Eu também erro muito, só peço é o mesmo critério, mais nada".

O calendário do Sporting
O calendário do SportingFlashscore

Exigência de plantéis maiores: "Penso que sim, concordo com plantéis mais longos. Acredito que no futuro os clubes vão querer plantéis mais longos, é natural porque a exigência está cada vez maior. No meu caso, chego e apanho um plantel já construído. Apanhámos o mercado de janeiro, é certo, mas tenho de me adaptar um bocadinho e eles têm de se adaptar à sua ideia de jogo. O Rui Borges mudou um bocadinho, mas não pode mudar muito porque não treina. Concordo e, na minha opinião, acho que faz todo o sentido os plantéis serem maiores. Eu prefiro, mas há treinadores que não, que preferem um plantel mais curto porque acham que vai ser mais competitivo. Eu prefiro fazer essa gestão, faz parte da capacidade de liderança de gerir um grupo. Prefiro gerir 27 do que gerir 20. Quis ser treinador para tomar decisões, tenho de saber lidar com isso".

Segundas partes do Sporting: "Eu não justifico com cansaço, é algo que temos de perceber melhor enquanto equipa técnica, de que forma conseguimos ser mais intensos. Posso olhar para o meu passado nesta época, nas minhas segundas partes no Vitória SC e no Sporting. São dois clubes que estavam em muitas competições, com muitos jogos. Jamais o treinador diria à equipa do Sporting para baixar linhas. Podia fazer nos últimos minutos como fiz com o FC Porto e mesmo assim sofremos a acabar. Nesse sentido, podia ajustar, mas no meu discurso jamais será para não continuar a ser pressionante. A frescura física leva a ser mais rigorosa em comportamentos. Os comportamentos estão muito longe da equipa técnica Rui Borges, em termos ofensivos e defensivos. Tento ir ao conforto mínimo do que sentem e sabem fazer. É natural que não consigamos ser tão pressionantes e vamos perdendo algum rigor. Às vezes, temos um bocado de falta de rigor e acredito que seja por falta de capacidade física, mas há jogos em que não posso dizer isso. O AVS não é exemplo. Empatámos o jogo com o AVS a fazer dois remates à baliza - penálti e golo do empate. Eles nem fizeram remates à baliza. O jogo mais repartido da segunda parte, empatámos porque num momento específico, de forma individual, pusemos o AVS no jogo. São coisas diferentes. Houve jogos com Benfica, FC Porto e Dortmund em que caímos, mas jogámos com grandes equipas. É natural cair porque temos um grande acumular de jogos, mas temos de perceber de que forma podemos lutar contra isso. Não temos o rigor que eu gosto porque não trabalhamos para ter esse rigor durante muito mais tempo. No Vitória SC acabava por ser um bocado igual. Vi uma frase há uns dias 'o Rui Borges é de Mirandela, mas jamais deixa de ser treinador do Mirandela'. Com muito orgulho. Se forem ver o meu passado, o Moreirense era muito pressionante, o Vitória SC era a equipa que jogava melhor. Caíamos nas segundas partes? Caíamos porque a intensidade era grande e a intensidade de jogos leva à quebra física. No Vitória SC, num primeiro momento com substituições, a equipa andava porque estávamos frescos e depois também fomos caíndo. Aqui acaba por ser o mesmo. Aqui, estamos a falar do Sporting".

A forma recente do Sporting
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Sentimento de bombeiro: "Aqui não há fogos. Temos tido muitas lesões, algo que não controlamos, mas claro que tenho de arranjar soluções. Não me vou lamentar. Vamos jogar com 11. Agora nem são lesões, até disse que se ganharmos estes dois jogos e não tivermos lesões, dou dois dias de folga. Treino com orgulho enorme por ser treinador do Sporting. Sou um treinador muito feliz apesar de todos os contratempos. O dia a dia aqui é muito bom. O primeiro dia, quando não ganhamos, custa, mas não deixamos de nos ouvir e de estar com um sorriso e ambição enorme para dar uma resposta".

Jogador recuperável e possível saída de Morita: "Eu não estou preparado, ninguém me disse que ia embora. O Morita é um jogador fantástico, já era um grande admirador do Morita não sendo treinador do Sporting, agora sou mais ainda. Tem contrato, conto com ele, gosto muito dele. Preocupado em recuperá-lo para que consiga ajudar a equipa. O Geny (Catamo) vamos perceber se pode ser opção para jogo ou não".

Gil Vicente: "Acho que o Gil é uma equipa que joga bem, valoriza muito o jogo em si, principalmente o jogo ofensivo, tem muita mobilidade, qualidade no último terço. É uma equipa difícil porque gosta de jogar, não tem receio de errar, acho que nos vai criar bastantes problemas, com um treinador diferente, não mudou muito a estrutura. Acima de tudo pela qualidade individual e capacidade no jogo ofensivo, acho que é uma equipa muito boa, principalmente em casa. Não podemos perder esse rigor. É uma boa equipa, vai estar motivada porque quer passar às meias-finais da Taça de Portugal, onde toda a gente tem ambição para lá do normal e isso leva a pensar que é um jogo difícil. Temos ambição de tentar chegar às meias-finais".

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Pedro Gonçalves e Gyökeres: "O Pedro está fora do jogo, não há data. O Viktor está disponível. Veio de uma lesão, temos de ter cuidado com o acumular de minutos seguidos. Voltou com o Arouca, fez 90 minutos e corremos algum risco porque não era previsto que fizesse esses 90 minutos, depois disso gerimos na Alemanha. Queremos ter o Viktor a 100 por cento, está a voltar à forma dele, mas temos de ter algumas cautelas para não o pormos em risco. Não tem uma lesão, mas há sempre um pequeno risco e temos de ter algum cuidado".

Alexandre Brito e três defesas: "É subjetivo olhar para os três defesas. Construímos a três, defendemos a quatro, algo que o Ruben fazia, eu também fazia nos meus clubes anteriores. Tem a ver com o treino, ter conforto coletivo, independentemente de jogar com três defesas de raiz ou não. O Brito fez um belíssimo jogo, saiu porque estava com um amarelo e estávamos com 10. Fez um grande jogo, estava tranquilo porque o vejo treinar todos os dias. Ajudou muito a equipa. O João Simões é menos uma opção que temos. Deixar-lhe um abraço a ele e ao Dani, que tiveram as suas cirurgias, que correram bem".

11 de lesionados: "Eram esses jogadores, brincamos porque o Viktor também já esteve lesionado, num primeiro momento pusemos o Pedro Gonçalves. É para a gente se rir um bocado, não adianta chorar. Queríamos ter toda a gente disponível, infelizmente não temos. Temos de conseguir passar às meias-finais da Taça e sermos capazes de ser campeões".

Momento mais difícil da carreira: "É o melhor momento da minha carreira. É um desafio grande, mas por estar no Sporting já seria o maior desafio. Todas as condicionantes levam a que seja desafiante, mas faz parte do meu trabalho e do meu crescimento como treinador. Estou feliz por estar no Sporting, sempre com boa disposição, fico chateado no dia em que não ganho. Queríamos ganhar muitos mais jogos do que os que ganhámos até agora. Continuamos em primeiro, desde que chegámos temos duas derrotas e foram para a Liga dos Campeões. Depende de como veem os nossos resultados. Seremos capazes de lutar e de sermos campeões".

Guarda-redes titular: "Ainda não está decidido. Sou um treinador que já mudei, já não mudei. Mudar porque é Taça? É um jogo oficial. Não quero dizer que não posso mudar, não está mesmo decidido. Tenho confiança neles, vou confortável seja com que for para a baliza".