Rui Borges: "Não pode haver maior motivação que voltar a entrar na história do clube"

Rui Borges falou aos jornalistas
Rui Borges falou aos jornalistasLUSA

Rui Borges, treinador do Sporting fez, este sábado, a antevisão da final da Taça de Portugal, contra o Benfica. Abordou a utilização de Di María, reiterou a ambição de conseguir a dobradinha e falou do futuro de Gyökeres e Morten Hjulmand.

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Final da Taça de Portugal: "É um sonho, mas é desfrutar por toda a envolvência, pelo que representou para mim, pela festa dos adeptos. Mas depois queremos ganhar, disputar um jogo, olhar como uma partida para vencer. É o que temos feito e amanhã não foge à regra. Concretizar um sonho com um troféu é estar 100% realizado e feliz".

Viver o momento: "Felicidade, mas equilibrado como sou. Muito feliz por ganhar um troféu, sentimento de conseguir com trabalho, o caminho que deu certo, mas ao mesmo tempo perceber que o futebol é momento. Amanhã passa tudo muito rápido. Não estou focado a 1000% na vitória ou quando os jogos correm menos bem. Motivo de felicidade, quero aproveitar, mas também continuar a ganhar e querer entrar na história do Sporting e acrescentar um troféu que foge há algum tempo e uma dobradinha que não chega há 20 anos".

Taça de Portugal: “Não tive oportunidade de ser jogador da Liga, estava guardado para ser treinador. E quem está nos escalões inferiores, o único sonho mesmo difícil de tentar alcançar é uma Taça de Portugal. É algo que eu gosto muito, e por isso digo que é um sonho desde criança, porque vim debaixo e a Taça estava sempre no nosso pensamento. Por isso a minha felicidade por disputar a final amanhã”.

Di María: “Acredito que jogue, porque é diferenciado e acima da média para o nosso campeonato. É um jogador que toda a gente gosta de ver em campo, pela qualidade, por aquilo que dá ao jogo. Pessoalmente admiro muito e a qualquer momento pode resolver o jogo. Mas mais do que focar só no Di María é focar no que o Benfica é capaz de fazer. Tem o melhor ataque e a melhor defesa da competição. São coisas que temos que nos agarrar e perceber que vamos defrontar uma grande equipa que vai fazer tudo para sair com um troféu”.

Pressão do Benfica: “Vão estar super motivados. Ganharam a Taça da Liga, nós fomos campeões nacionais. Será um bom jogo, entre as duas melhores equipas de Portugal. Nós também estamos motivados para conseguir a dobradinha e voltar a escrever mais uma página bonita no Sporting, porque o grupo merece voltar a ser feliz numa época de superação. Será inesquecível e isso é acrescentar a dobradinha”.

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Diomande: “Está em dúvida até à hora de jogo. Está a fazer o trabalho. Para já é o único”.

O que mudou desde a estreia com o Benfica: “Que acabe como comecei, que é sinal que ganhámos. Fomos crescendo, tem sido um desafio enquanto equipa técnica, perceber algumas coisas, tentar gerir, ir à parte do jogador. Sou muito de ouvir, vários deles disseram isso, porque se eu não conseguir ter os jogadores do meu lado não me adianta ser um bom treinador porque não se vão agarrar à mensagem e render o que queremos. Foi muito fácil porque o grupo em termos de carácter e personalidade coletiva é incrível. Já disse várias vezes é bem demonstrativo a amizade deles todos, o verdadeiro espírito de família. Ninguém fugiu do caminho, toda a gente ligada ao propósito e tiveram a capacidade de ultrapassar os obstáculos que nos foram criando, jamais perderam a ambição de ganhar. Isso levou a que merecessem muito serem campeões e agora merecemos muito acrescentar a Taça de Portugal”.

Hjulmand: “É explícito a importância e por isso aos 25 anos é capitão do Sporting. Basta olhar para ele, a presença dele, o olhar, e toda a gente respeita. É muito ponderado, muito calmo, identifico-me muito, está sempre comprometido, tem sempre as palavras certas. Ser capitão do Sporting e representar tudo o que representa para o clube aos 25 anos é de alguém que é especial. Sou felizardo por ter um líder assim. É indispensável, ele tem contrato com o clube e estou tranquilo nesse sentido, gosta muito do Sporting e vejo-o muito feliz”.

Onze: “Ainda não está definido. Diomande e mais uma outra dúvida”.

Mais forte do que na final do ano passado: “Na época passada estava forte e está muito forte neste ano. Campeão nacional nos dois anos e agora olho muito para a minha equipa e no que posso controlar. No passado houve muitas contrariedades ao longo do jogo, adversário diferente. Agora que seja um grande jogo, que haja muito saber estar, principalmente de fora, deixar um agradecimento aos nossos adeptos que foram muito importantes no campeonato e serão muito importantes. Deixar um apelo ao Fair-Play de forma geral. As minhas lembranças da Taça são sempre boas e que assim seja amanhã, que deixemos memórias boas dentro de campo, mas fora dele também. Que se respeitem, divirtam, aproveitem ao máximo e que no final ganhe o Sporting num jogo lembrado como grande”.

Terceira final com o Benfica: “São jogos diferentes. Muito competitivos, não vai fugir a isso. A individualidade de um lado e outro vai fazer a diferença. As duas equipas conhecem-se bem, por mais mudanças que existam e isso leva a que o jogo seja mais competitivo e que se resolva em pormenores. Foi o que aconteceu antes e o que vai acontecer amanhã”.

Os últimos encontros entre Sporting e Benfica
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Gyökeres: “Ele está muito feliz no Sporting. Até pela capacidade de compromisso, está ligado ao jogo de amanhã, quer marcar, é obcecado por isso. É alguém que sabe que fez uma grande época, é o melhor avançado da Europa. Vai ser apetecível, mas tem cláusulas e se não chegar a sair do Sporting vai estar aqui muito feliz, porque assim o demonstra”.

Festejos: “Faz parte e merecem festejar uma conquista difícil de muito trabalho, querer e ambição. Fizeram-no bem, quando começámos a treinar eles estiveram ligados. É um grupo motivado, cheio de fome de vencer, quer ganhar sempre e não pode haver maior motivação que voltar a entrar na história do clube”.

Favorito: "Acho que não. As duas melhores equipas, motivadas por coisas diferentes. É 50/50. Uma final com emoções diferentes, ansiedades diferentes. Bons jogadores de um lado e outro. É um jogo equilibrado como tem sido nos outros jogos”.

Sistema tático: “É a forma como olham para o jogo, mas vou puxar a cassete atrás. Se forem ver os meus jogos do Vitória SC jogava muitas vezes com construção a três. É muito relativo ao sistema, eu não fugi â minha ideia, às minhas bases, independentemente do meu sistema inicial e algumas estratégias. Vou ter mais tempo para trabalhar coisas de forma mais específica, rigorosa, treinar mais vezes. Acredito muito na repetição e não tive grande tempo para isso. Ouvimos muito a equipa, sem fugir ao nosso habitat em termos de ideia”.

Estratégia diferente: "Queremos ter mais bola, mais posse. Falaram tantas semanas da posse de bola, quando éramos das equipas com mais posse de bola em Portugal. Queremos fazer um jogo diferente e vai ser pela envolvência. Gostamos de ter bola, mas na Luz foi natural, pelo ambiente, pelo empate garantir a decisão em nossa casa, é natural que inconscientemente eles viessem mais para trás e é difícil ajustar no momento. Tentámos ao intervalo, chegamos ao campo e o Di María estava fora. Há coisas que não controlámos, nem sempre acertamos, nem sempre ajudamos, porque o treinador às vezes faz asneira, ninguém acerta 100%. Eles ouvem-nos muito e acreditam na mensagem e isso é o que me importa, foi por isso que fomos campeões nacionais”.