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Sérgio Conceição: "Se há alguma crise de identidade sou eu que a tenho"

Conceição recordou que o FC Porto está entre as 16 melhores equipas da Europa
Conceição recordou que o FC Porto está entre as 16 melhores equipas da EuropaLUSA
Leia abaixo as declarações do treinador do FC Porto na antevisão ao jogo com o Estoril, para os oitavos de final Taça de Portugal, agendado para terça-feira, às 20:45, no Estádio António Coimbra da Mota. Os canarinhos venceram os últimos dois jogos contra os dragões, 3-1 para a Taça da Liga e 0-1 para o campeonato, este último no Dragão.

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Que FC Porto espera amanhã depois de duas derrotas com o Estoril"Podemos esperar uma equipa a fazer coisas diferentes do que fizemos no jogo com a Taça da Liga. No jogo para o campeonato críamos ocasiões suficientes para ganhar com uma vantagem confortável. Nesse sentido, na dinâmica da equipa, queremos fazer mais e melhor". 

Possível penálti sobre Eustáquio no jogo com o Boavista: "Os lances nos jogos passados são vistos e revistos por toda a gente, não há margem para dúvidas quanto isso, não há que falar. Há que desejar à equipa da arbitagem que seja feliz no jogo de amanhã (terça-feira)".

Insatisfação dos adeptos depois do jogo com o Boavista: "O apoio dos adeptos é fundamental e tem sido total ao longo da época e dos anos que estou aqui. Vim para aqui há 33 anos e sempre foi igual, muito apaixonados pelo clube, a quererem vitórias em todos os jogos. Sabemos que é assim, não nos deixaram de apoiar no último jogo, apoiaram do primeiro ao último minuto, é isso que esperamos amanhã (terça-feira) na Amoreira. Os jogadores profissionais de futebol têm que estar habituados a ouvir aplausos, assobios, insultos... é natural com adeptos apaixonados, mas não é só com o FC Porto, acontece em todo o lado. Quando se ganha é tudo bonito, quando se perde nem tanto".

O que falhou com Estoril: "No último jogo, na Taça da Liga, a atitude competitiva que tem que estar sempre presente - senão os adversários, mesmo que tenham menos qualidade individual, conseguem equilibrar os jogos. No último jogo, um Boavista muito agressivo e organizado defensivamente, diferente dos outros jogos que vimos com o Gil Vicente e Vitória de Guimarães. Contra nós as equipas mudam a estrutura habitual, metem indíces de agressividade mais altos, fazem mais faltas... temos esses dados. Isto não é uma crítica, os treinadores têm as suas estratégias, temos que ser fiéis ao que somos. A partir desse momento, se a atitude está lá, a disputa constante, a agressividade, isso faz a diferença. O jogo é feito de duelos, na maior parte dos jogos, quem ganha mais duelos ganha os jogos. Essa é a base, depois podemos ter uma ou outra situação que podemos explorar as fragilidades do Estoril e temos que ter atenção aos problemas que nos criaram, o jogo interior dos laterais... O Estoril tem um grupo com qualidade, já o disse quando estavam em último e jogaram contra nós. Só perderam com o SC Braga e Sporting desde outubro. Nós não temos que pensar em tudo isso, temos que pensar no jogo, nas tarefas de cada um para sermos mais competentes".

Nico Gonzalez entrou bem com o Boavista: "Faz parte do percurso. Vejo e leio algumas coisas por aí... O processo de adaptação e evolução dos jogadores sou eu e a equipa técnica que avaliámos diariamente. Posso não entender muito de treino, mas ando aqui há algum tempo, não sou cego, sei ver a evolução do jogador. Falam do Iván Jaime, mas ele teve dois meses parado, não fez pré-época... A partir do momento em que pudemos dar alguma carga e ao mesmo nível dos colegas magoou-se por mais dois meses... Meter o Ivan Jaime para depois de 20 minutos ou meia hora voltar a parar (não compensa), e é um problema difícil resolver, as pessoas não sabem destes pormenores. Quando estão prontos, estão a reagir bem, sem limitações e a entender o que queremos deles, fica mais fácil para mim metê-los a jogar. E até para eles aproveitarem o momento. Uma coisa é ter contratações, outra coisa é ter reforços. Com isto não estou a dizer que os que vieram não são reforços, são reforços mas com o seu tempo. Gostaria de ter o Ronaldo e o Messi, isso são reforços, nós fazemos contratações que mais tarde são reforços, isto acontece em todas as equipas. O adepto tem muita pressa, noutro contexto ou noutras equipas, esses jogadores deram uma resposta positiva. Mas há que ver quais são os objetivos dessas equipas. No FC Porto é um pouco diferente. Com todo o respeito, o Ivan Jaime veio do Famalicão, o Nico veio do Barcelona com poucos minutos na primeira equipa e chegou a um campeonato diferente. Vamos metê-los porque são simpáticos? Ou um jovem da equipa B que tem um percurso diferente? Eu olho para os melhores tendo em conta os treinos. Acredito que as pessoas dentro do clube e os adeptos queiram muito ganhar, mas não querem mais do que eu. Podem ter a mesma vontade do que eu, mas não mais". 

Como explica as últimas vitórias do Estoril: "Mérito do Estoril e demérito do FC Porto também".

Momento atual da equipa: "Há coisas a melhorar, obviamente que sim. Somos eternos insatisfeitos, podemos fazer mais e melhor. As duas oporrtunidades do Nico Gonzalez, a do Danny (Namoso), se ganhássemos no Bessa as coisas eram diferentes, se calhar não estavamos a ter esta conversa e não tinhamos os 'palhaços joguem à bola' no final do jogo, mas faz parte. O futebol é isto. Estamos a cinco pontos do líder, queremos estar em primeiro, mas não podemos esquecer que estamos entre as 16 melhores equipas da Europa. Queríamos estar na final four da Taça da Liga, na liderança do campeonato... mas a verdade é que estamos a 5 pontos, temos que receber os nossos rivais e estamos entre as 16 melhores equipas da Europa. Não quer dizer que a exigência seja menor para o jogo de amanhã, queremos ganhar e passar".

Saída de Otávio é inultrapassável?: "O FC Porto foi perdendo mutios jogadores de grande qualidade e não foi por isso que se deixou de reinventar e ter equipas a jogar de forma diferente. Não vamos deixar de o fazer. Se há alguma crise de identidade sou eu que a tenho. A equipa responde ao que eu quero, com maior ou menor dificuldade, nem sempre bem, o treinador também não está sempre bem. Estamos a falar de jogadores importantes que já cá estavam há alguns anos comigo (Uribe e Otávio), encontravam-se na zona intermédia do campo que é importante para a estabilidade e equilíbrio da equipa. Não temos de entrar por aí, temos gente que também pode corresponder para encontrar esse equilíbrio. Pode levar um pouco mais de tempo, pode notar-se porque eram jogadores muito importantes, mas quando ganhámos temos uma dinâmica fantástica e quando empatamos não a temos. É normal que quando jogadores dessa qualidade saem façam falta. Temos que arranjar novas dinâmicas para que a equipa se sinta bem com e sem bola, estamos a trabalhar para isso".

Apagão do Galeno no campeonato: "Não é culpa dele, é do treinador. É a dinâmica que imponho na equipa e se calhar o Galeno neste momento é menos visível. Isto é sempre culpa do timoneiro, do treinador e eu assumo-a".

Estoril goleado pelo Sporting (5-1) na última jornada: "Contra nós, as equipas são super dedicadas e agressivas. Olhando para o Estoril em Alvalade teve 11 remates e sete cantos, é o quarto melhor ataque, teve algumas situações a acontecer que não acontecerem noutros jogos, mas isso foi o Sporting a provocar o erro. Os jogos são todos diferentes, cada treinador pode responder por essa questão. Olhamos para um adversário que na semana seguinte joga de forma diferente. O que podemos controlar é a nossa atitude competitiva que tem de estar no máximo, a base da equipa tem que estar sempre presente na dedicação e no ritmo alto que queremos meter. Isso é inegociável na nossa equipa".

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