Recorde as incidências do encontro
“Nem tive noção do patamar em que estava a jogar. Quando entrei em campo, pensei que estava a jogar apenas um jogo, pois se pensasse que estava num jogo enorme poderia ficar nervoso e poderia não ter feito a exibição que fiz. Ao longo do jogo fui ganhando confiança e acabei por conseguir uma boa exibição”, salientou à agência Lusa.
No domingo, o emblema de Caldas da Rainha provocou uma das surpresas da quarta eliminatória da prova rainha, ao eliminar os beirões no desempate por grandes penalidades, por 6-5, após um 0-0 no final do prolongamento.
E tudo começou a ganhar forma ainda na primeira parte, segundo Duarte Almeida.
“Houve um lance na primeira parte em que o Rony Lopes remata rasteiro e eu seguro a bola. A partir desse momento, senti que estava bem e confiante”, confidenciou, tendo depois arrancado para uma exibição que acabaria por ser muito positiva, contribuindo de forma crucial para o apuramento dos pelicanos para os oitavos de final da competição.
Ao longo do encontro, o jovem de 19 anos, que cumpre a época de estreia na equipa principal do clube caldense, protagonizou várias defesas de elevada qualidade, tendo depois assumido um papel de maior protagonismo no desempate por penáltis, momento em que acabaria por defender a conversão de Yarlen, abrindo caminho ao triunfo da equipa que compete no terceiro escalão do futebol português.
Sobre o lance, referiu, é uma questão de “intuição”.
“Antes do jogo, o treinador de guarda-redes deu-me algumas indicações sobre a forma como os jogadores do Tondela costumavam bater os penáltis, mas confesso que não vi. Gosto de seguir a minha intuição e acabou por correr bem”, enfatizou o guarda-redes.
Há poucos meses, Duarte Almeida foi decisivo para ajudar a equipa secundária do Caldas a erguer a Taça Distrito de Leiria, numa final em que defendeu duas de quatro tentativas no desempate por penáltis frente ao Nazarenos.
Questionado se é já um especialista naquele momento do jogo, a resposta foi taxativa: “Acredito que tenho uma boa intuição”, disse Duarte Almeida, que ainda não sofreu qualquer jogo em quatro jogos realizados na presente edição Taça de Portugal.
O sorteio dos oitavos de final da prova rainha está marcado para terça-feira e Duarte Almeida revelou o desejo de enfrentar um dos grandes do escalão principal.
“É sempre uma montra para nós”, justificou, recordando que era um dos apanha bolas no duelo entre Caldas e Benfica, referente à terceira eliminatória da edição 2022/23 da Taça de Portugal, em que os encarnados apenas selaram a passagem precisamente no desempate por grandes penalidades, por 5-3, após uma igualdade a uma bola ao fim dos 120 minutos.
Certo de que a exibição ante os tondelenses poderá abrir outras portas na carreira desportiva, o estudante da licenciatura de Desporto e Bem-Estar, em Leiria, confessou ainda que o duelo com os beirões será um momento que jamais vai esquecer.
Por ter sido um triunfo conseguido com as cores do “clube do coração”, que representa há década e meia nos escalões de formação, e por ter tido a oportunidade de o dedicar ao avô paterno, Horácio Almeida, uma pessoa que considera “fundamental” para o sucesso que tem granjeado.
“Além dos meus pais, foi sempre ele que me deu boleias para os treinos, que me ia buscar para irmos lanchar antes dos treinos e jogos, e que sempre me acompanhou no mundo do futebol. É uma pessoa muito especial para mim”, salientou, revelando que o avô já lhe prometera umas luvas novas.
Quiçá para serem estreadas já nos oitavos de final da Taça de Portugal, em que deverá continuar a ser aposta do técnico José Vala.
