Vasco Seabra (treinador do Arouca):
“Naturalmente, faltaram-nos muitas coisas: uma postura mais capaz, essencialmente na segunda parte, onde fomos deixando de existir. A nossa atitude competitiva baixou e a do Fafe foi subindo, com o entusiasmo dos adeptos. Poderíamos ter fechado o jogo, se fizéssemos o 2-0. As coisas teriam ficado mais estáveis para nós.
Expusemo-nos muito nas transições e nas bolas paradas. Temos de assumir a responsabilidade, o peso da derrota. É uma frustração gigante. Temos de nos focar no campeonato. Temos de pedir desculpas às pessoas que nos acompanham. A Taça de Portugal tem destas coisas. É uma prova em que não podemos vacilar um segundo que seja. Vacilámos muito tempo na segunda parte.
Tivemos sempre fragilidade nas bolas paradas. Treinámos vários esquemas táticos defensivos. Sabíamos que, num jogo de Taça, esse é sempre um momento em que temos de estar focados. No Estoril Praia, já tínhamos sofrido dois golos de canto (na 11.ª jornada da Liga Portugal). Não fomos competentes a esse nível.
Podemos olhar para as coisas de vários prismas (acerca do ciclo de quatro derrotas consecutivas em jogos oficiais). Isto pode deitar-nos ao chão ou ser a ‘bofetada’ para acordarmos. Estamos num patamar competitivo altíssimo. Todos, equipa técnica e jogadores, temos de fazer mais”.
Mário Ferreira (treinador do Fafe):
“Não há ‘segredo’ (para eliminar equipas da Liga Portugal). Não queremos ter uma atitude demasiado exuberante perante o resultado. O ‘segredo’ é trabalho. Desde a nossa chegada (da equipa técnica), fomos trabalhando muito.
Estava à espera de encontrar um Arouca forte como na primeira parte. Senti que não entrámos muito bem. Na segunda parte, fomos a melhor equipa. Tivemos atitude de equipa superior.
Somos uma equipa que gosta de trabalhar posicionamentos, semana após semana. Estivemos muito bem nas bolas paradas. Identificámos esse como um ponto fraco do Arouca e explorámos isso.
Gostei muito do ambiente em Fafe. Se pudesse ser em casa, contra qualquer adversário, estaríamos prontos para disputar o jogo. Estou muito grato com o ambiente dos adeptos. Arrepia. Estão a sentir um Fafe com ‘alma’. Seria bom receber qualquer adversário em casa (a propósito do sorteio dos oitavos de final, agendado para terça-feira).
O João Oliveira tem uma preponderância fantástica no plantel, pela sua personalidade, pelo ambiente que cria no balneário. Tem ajudado bastante na aplicação da nossa ‘ideia de jogo’. O que ele fez hoje foi bom, mas enalteço todo o grupo”.
