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Árbitros em Espanha: "O problema dos vídeos televisivos do Real Madrid são as consequências que têm"

González Fuertes e De Burgos Bengoechea
González Fuertes e De Burgos BengoecheaRFEF
Os árbitros da final da Taça da Espanha compareceram perante os meios de comunicação social um dia antes do Barcelona-Real Madrid. Questionados sobre o nível da arbitragem espanhola, não hesitaram. "Estamos a atravessar anos, o nosso nível é questionado, mas penso que o nível atual não é mau de todo, não há assim tanta diferença em relação à arbitragem na Europa", afirmou De Burgos Bengoechea. González Fuertes, por seu lado, foi claro. "A arbitragem espanhola está provavelmente no top-3 ou top-4 da Europa".

Uma das primeiras perguntas foi sobre os vídeos televisivos do Real Madrid. O árbitro principal, Ricardo de Burgos Bengoechea, minimizou o assunto.

"É-me indiferente, normalmente são sempre críticas prejudiciais contra mim e contra mim. Tenho de olhar para o meu umbigo e saber o que tenho de continuar a melhorar", afirmou.

No entanto, Pablo González Fuertes, que vai estar no VAR, mostrou o seu desconforto a este respeito.

"Queria falar das consequências destes vídeos, porque há semanas que vemos como os árbitros são insultados nas redes sociais e como atacam o nosso coletivo. Estamos a ver comunicados. O problema disto é a consequência do que está a acontecer. Quando alguns jornalistas falam de roubo, o que querem dizer é que o adepto, essa frustração é paga pela criança que pega num apito e tem de ir apitar para uma criança. A consequência é que depois colocam um alvo na cabeça de um colega de equipa. Temos de voltar a um futebol mais saudável e mais limpo", defendeu.

O árbitro basco não escondeu a sua felicidade por estar a arbitrar este jogo: "É um privilégio poder desfrutar desta final entre duas grandes equipas como um menino."

"Desfrutar do jogo"

Quanto à possibilidade de desfrutar de um Clássico enquanto arbitra, González Fuertes não escondeu.

"Qualquer árbitro sonha em viver algo como o que vamos viver amanhã. É bom quando confiam em nós e nos nomeiam para estes jogos. Gosto muito de ser árbitro, é algo intrínseco à profissão, é impossível ser árbitro sem gostar", afirmou.

De Burgos Bengoechea, por seu lado, acredita que isso só acontecerá até ao início do jogo.

"Vêm com a intenção de não desiludir as pessoas e de que as críticas sejam as menores possíveis. Sabemos que vai haver polémica e vamos tentar tomar as melhores decisões, temos de nos concentrar no jogo. Vamos tentar divertir-nos até ao apito final, porque depois temos de nos concentrar apenas no jogo", disse.

Acusações de roubo

Sobre as acusações de roubo, González Fuertes foi contundente na sua resposta. 

"Penso que estamos a cometer um erro porque isto vai ter consequências, não sabemos como é que esta mensagem é recebida e vai chegar o dia em que vamos ter problemas. Temos de tentar encontrar uma solução para este clima de beligerância", afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de os árbitros entrarem em greve, respondeu de forma enigmática. "Terão notícias".

"O que é que eles perguntariam nessas conferências de imprensa?"

Ambos os árbitros foram questionados sobre a opção de realizar uma conferência de imprensa após cada jogo. González Fuertes respondeu a esse respeito.

"A questão é: o que perguntariam nessas conferências de imprensa, se nos vão questionar sobre uma jogada e, ainda por cima, com um cachecol vestido, temos de o evitar, porque isso leva à violência e a consequências negativas", explicou.

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