Numa cerimónia que decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho, em Braga, Artur Jorge foi homenageado pelos presidentes dos dois organismos, Ferando Gomes e Ricardo Rio, tendo estando ainda presentes Pedro Dias, secretário de Estado do Desporto, o diretor da FPF, Arménio Pinho, António Carlos Bernardino, vice-presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, e Diamantino Gonçalves, presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Futebol, Futsal e Futebol de Praia.
Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, entregou a Artur Jorge, que venceu, este ano, a Taça Libertadores (América do Sul), o campeonato brasileiro e a Taça da Liga (em janeiro, correspondente à época 2023/24), o troféu Quinas de Ouro.
Sentimento: “Acima de tudo, um grande orgulho pessoal por sentir este reconhecimento e esta homenagem que hoje me é feita na minha cidade. Eu sou orgulhosamente um bracarense, nascido e criado aqui, portanto é para mim muito especial, tem um valor sentimental muito grande poder ter a minha cidade também hoje aqui, a poder prestar esta homenagem, para reconhecimento sobre aquilo que foi feito, para poder falarmos sobre aquilo que foi uma conquista, concretamente no Brasil, na América do Sul, onde, de facto, fizemos um trabalho que num curto espaço de tempo tem um valor ainda mais acrescido face à dificuldade, face ao que é também a competitividade nesse mesmo campeonato, assim como também na própria Copa Libertadores. Chego só com uma Taça da Liga face àquilo que é com um contexto de oportunidade também. Essa taça que nós disputámos e ganhámos, juntando estas duas em relação à conquista brasileira, mais a Copa Libertadores, é um ano 2024 extraordinário.”
FPF: “O reconhecimento de parte da Federação Portuguesa de Futebol, a entidade máxima do futebol nacional, também me deixa orgulhosamente feliz, porque é também uma casa que nós sentimos como sendo nossa. Tive a oportunidade também por lá passar enquanto futebolista nos escalões até aos sub-21. Toda a minha formação depois, enquanto técnico, também foi administrada por essa federação. É muito gratificante o que me é hoje atribuído por parte da federação para poder dizer que, para além do reconhecimento da cidade, do país, da instituição máxima de futebol, não podia estar mais feliz, não podia querer mais do que isto. Portanto, um momento muito, muito especial para mim para poder fechar um ano de 2024 que é histórico.”
Futuro em 2025: “Virá 2025 e nós vamos procurar continuar a ser uma equipa, estar inseridos num projeto dos vencedores. Eu tenho contrato com o Botafogo até 2025, até dezembro de 2025, portanto aquilo que hoje poderei dizer... Hoje é isto, o mercado ditará se assim será ou não para começarmos uma nova temporada.”
Regressar a Portugal e treinar um grande: “É, passa a ser um objetivo para mim, poder ter essa possibilidade de voltar a Portugal um dia para treinar o FC Porto e Benfica ou o Sporting.”
Regresso imediato: “Não, regressar a Portugal não é a minha intenção neste momento. Sinceramente, nesta altura estou muito feliz e fui muito feliz onde estive. Há de facto outras possibilidades e outras propostas que podem fazer algum sentido, mas nesta altura é tudo muito prematuro, falarmos sobre aquilo que é o futuro.”
Nomeado para melhor treinador da América do Sul: “Sim, é muito importante também, tendo em conta aquilo que eu ganhei. Não sei se cá passou ou não, mas ganhei o prémio de melhor treinador do Brasileirão também este ano, de 2024, mas como foi entregue no meio da festa do campeonato, se calhar passa um bocadinho despercebido, mas foi o prémio que eu venci lá, como o melhor técnico do ano de 2024. Tenho agora essa competição, em que aquilo que fiz está feito, portanto não posso fazer mais nada. Tenho os nomes do selecionador da Argentina e do Paraguai em competição, o treinador do Peñarol também. Vamos ver para poder perceber se de facto será também aí mais um momento bom para mim, mas digo sempre que, mais importante do que aquilo que posso dizer para mim, que está sempre muito importante, é aquilo que nós conseguimos coletivamente, aquilo que conseguimos levar para o Botafogo. Não só a conquista de um título inédito como a Copa Libertadores o é, mas também o regresso, 30 anos depois, a ganhar um campeonato brasileiro. “
Liga Portuguesa: “Tenho visto muito igual àquilo que tem sido nos anos anteriores também, há três equipas que são claramente as mais fortes e que vão disputar o título de campeão nacional. As mudanças fazem parte daquilo que é o ciclo da vida dos treinadores e dos próprios clubes, portanto é isso que acontece cá, no Brasil, em todo lado. Recordo que nós no Brasil tivemos numa altura, nesta temporada, seis treinadores portugueses, terminámos com dois. A verdade é que aquilo que acompanho também é naturalmente por ser o meu país, por serem os clubes que eu gosto de acompanhar, por acompanhar o meu filho, que também joga na Liga Portuguesa, portanto mantenho a regularidade de acompanhar também no tempo que tenho para fugir daquilo que é olhar para o Brasileirão e para as equipas que tínhamos na Copa e Copa Libertadores e olhar também para aquilo que é o campeonato português, porque é de facto a minha casa, é onde aquilo... os valores e os princípios que tenho foram passados e conquistados exatamente nesta Liga Portuguesa.”