Além da vaga na Libertadores, também está em jogo o forte investimento feito pela SAF do Atlético. Uma ausência no principal palco do continente - onde o Galo está sempre desde 2021 - vai ter impacto no plantel. Há também as vagas no Super Mundial de Clubes de 2025 e na Taça Intercontinental da FIFA de 2024.
A última vez que um clube brasileiro perdeu a final da Libertadores e não conseguiu apurar-se para a edição seguinte foi em 2008, quando o Fluminense foi derrotado pela LDU na decisão. O Tricolor terminou o Brasileirão daquele ano em 14.º. O Atlético-MG, a duas jornadas do fim, é o 10.º.

Para que fique clara a diferença entre vitória e derrota para o Atlético-MG na final contra o Botafogo, traçaremos os dois cenários e suas implicações na temporada 2025.
O título deixaria o Atlético-MG em ótima posição para o próximo ano. Primeiro, o Galo receberia 23 milhões de dólares (21 milhões de euros) pela conquista, o que colocaria dinheiro em caixa para manter o atual plantel e pensar em reforços.
Segundo, uma vaga garantida na fase de grupos da próxima Libertadores. A simples presença no torneio continental garante mais alguns milhões em prémios desportivos.
Um grande diferencial desta final é a oferta de duas vagas para Mundiais: o Intercontinental em 2024 e o Super Mundial de Clubes em 2025.
A competição do próximo ano promete pagar uma grande verba só pela participação. Seria muito interessante para o Atlético-MG juntar-se a Palmeiras, Flamengo e Fluminense, outros clubes que vão estar nos Estados Unidos.
Vice da Libertadores
O cenário de uma derrota do Atlético-MG para o Botafogo na final é radicalmente diferente e altera todo o planeamento de 2025. O Galo muito provavelmente disputaria a Copa Sul-Americana, competição na qual esteve em 2018, 2019 e 2020, período de menor investimento no futebol do clube.

Qualquer investimento visando os Mundiais também não aconteceria. Pelo contrário: há um sério risco de saídas no caro plantel que a SAF mantém. Quem indicou mudanças dependendo do resultado da final foi Ricardo Guimarães, um dos acionistas do Atlético-MG.
"Estamos esperando acabar essa parte da Libertadores. Isso vai definir muita coisa. É difícil ter um planeamento em jogo, tendo uma coisa que pode mudar", iniciou o dirigente em entrevista ao O Tempo Sports.
"Se o Atlético conseguir passar na Libertadores, isso implica em dois Campeonatos Mundiais. Isso muda completamente, tem uma receita maior. Muda completamente o que pode ser o ano que vem, o que pode ter de investimento", completou.
Além do impacto nas competições internacionais, um vice-campeonato pode afetar a Taça do Brasil. Como o Galo ocupa a 10.ª posição , não há vaga garantida na terceira eliminatória da prova nacional. Ou seja, o Atlético teria que iniciar sua campanha na primeira fase, em jogo único. A última vez que isso aconteceu foi na traumática eliminação com o Afogados em 2020.