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No caminho para a glória eterna, que os cariocas vão disputar contra o Atlético Mineiro de Belo Horizonte, em Buenos Aires, no sábado, o extremo de 23 anos vive a melhor temporada da carreira.
O jogador tem 11 golos e cinco assistências em 51 jogos pelo gigante do Rio de Janeiro, que contratou em fevereiro do Real Betis num negócio recorde de 20 milhões de euros, incluindo bónus por objetivos alcançados, de acordo com a imprensa local.
O recorde de contratação mais cara manteve-se até julho, quando o mesmo clube voltou a quebrar o mercado ao contratar o argentino Thiago Almada por um valor ligeiramente inferior, na maior compra da história por parte de um clube brasileiro.

O temível ataque alvinegro, que já marcou 84 golos em 52 jogos este ano, é completado pelo venezuelano Jefferson Savarino e pelo brasileiro Igor Jesus.
"Luiz Henrique provavelmente duplicou o seu valor (...) no seu contrato está estipulado que ele pode levantar a mão e dizer quando quer ir para a Europa", disse o magnata norte-americano John Textor, presidente do Glorioso, em setembro.
Às portas da seleção
Dinheiro à parte, foi um desempenho superlativo que permitiu a Luiz Henrique destacar-se no regresso ao Brasil após uma temporada e meia no Betis (quatro golos e dez assistências em 64 jogos). O jogo explosivo e desequilibrante pelos flancos, sobretudo pela direita, bem como a sua capacidade criativa quando joga por dentro, valeram-lhe a convocatória para a seleção brasileira pela primeira vez este ano.
Brilhou também na seleção de Dorival Júnior, embora não seja titular indiscutível, marcando dois golos e fazendo uma assistência em seis jogos das eliminatórias sul-americanas para o Campeonato do Mundo de 2026.
"Luiz é um jogador que precisa de algo especial, precisa de alguém que o incentive e estimule, porque é um jogador com talento individual acima da média", disse recentemente o português Artur Jorge, treinador do Botafogo, ao site da FIFA.
Na temporada dos sonhos, em que, além da possibilidade de conquistar a Libertadores, está perto de levantar o título do Brasileirão, o primeiro do Botafogo desde 1995, o avançado também deixou uma marca nas celebrações. Quando marca, costuma usar uma máscara do Pantera Negra ou cruzar os dois braços em forma de X, movimento tradicional do famoso super-herói da Marvel.
"Queria deixar uma marca, transmitir uma mensagem de luta. A gente luta contra o racismo diariamente", disse Luiz Henrique ao Globo Esporte.
A sombra do jogo
O avançado nasceu numa vila rural de Petrópolis, município serrano próximo ao Rio, e foi descoberto pelo Fluminense aos 11 anos de idade. Apesar de ter começado no futsal, passou para o futebol ao entrar nas camadas jovens do Tricolor, uma transição que quase o fez abandonar o desporto.
Para chegar ao treino, levava mais de duas horas todos os dias. Farto da rotina, cansativa para um rapaz, pensou em pendurar as chuteiras e dedicar-se ao judo, que podia praticar perto de casa sem ter de se deslocar.

"Na altura, pensei que tinha sido demasiado duro, que tinha ido longe demais ao obrigá-lo a treinar, mas hoje percebo que foi a melhor coisa que fiz na minha vida", diz o seu descobridor, Jhonny Max.
Estreou-se como profissional pelo Flu em agosto de 2020, tornando-se um dos jogadores mais destacados e saiu para o Betis dois anos depois.
De Espanha, porém, há um episódio que continua a dar que falar. O seu nome está ligado a um alegado esquema de apostas para que fosse amarelado num jogo do Betis em março de 2023, num caso que envolve também o internacional brasileiro Lucas Paquetá, do West Ham.
Há duas semanas, uma comissão parlamentar brasileira que investiga as fraudes no futebol intimou-o a depor.
"Não tenho nada a ver com isso. Acho que estão a tentar tirar o brilho de mim. Sei que não vão conseguir", continuou.