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Taça Libertadores: Alianza Lima e Melgar em semana decisiva para o futebol peruano

Alianza Lima mede forças com o Boca Juniors
Alianza Lima mede forças com o Boca JuniorsALDAIR MEJIA / AFP
Onze clubes peruanos chegaram à fase de grupos da Taça Libertadores, 45 vezes nas últimas duas décadas. O Alianza Lima e o Melgar tentarão chegar à fase de grupos.

As estatísticas são claras: nos últimos 20 anos - ou seja, entre 2005 e 2024 - apenas quatro vezes os clubes peruanos chegaram à fase de grupos da Taça Libertadores, o torneio mais importante do continente e, depois da Liga dos Campeões, do mundo. O Alianza Lima, que visitará o Boca Juniors no jogo da segunda mão da segunda fase, esta quarta-feira, 26 de fevereiro, depois de uma vitória por 1-0 no jogo da primeira mão, e o Melgar, que receberá o Deportes Tolima na mesma ronda na quinta-feira, depois de uma vitória por 1-0 na Colômbia, esperam fazer com que esta edição da Taça Libertadores seja ainda mais bem-sucedida para os peruanos.

Nas últimas duas décadas, apenas quatro equipas peruanas passaram da fase de grupos: Real Garcilaso (2013), Alianza Lima e Universitario (2010) e San Martin (2009). E apenas o Garcilaso (atual Cusco FC) chegou aos quartos de final. Depois disso, foram quase sempre derrotas amargas que as seleções querem reverter este ano.

O Peru não passa da fase de grupos desde 2013, há doze anos. E, apesar de estar à frente da Venezuela, que só teve três representantes nos oitavos de final nas últimas duas décadas, tem uma dívida pendente que precisa de saldar o mais rapidamente possível. E surge, como uma réstia de esperança, o grande arranque nesta Taça por parte do Alianza (venceu o Nacional do Paraguai na 1.ª Fase e está agora a competir em igualdade de circunstâncias com o Boca Juniors) e do Melgar (venceu desde a sua estreia na 2.ª Fase).

O outro extremo: o sonho dourado

No outro extremo, o Brasil, o gigante do futebol sul-americano, é o país que mais clubes colocou nos oitavos de final da Taça Libertadores da América: entre 2005 e 2024, as equipas do país chegaram à fase de grupos 106 vezes. Em segundo lugar está a Argentina, com 77 presenças nos oitavos de final. Os dois países são os únicos da região com cinco vagas fixas na fase de grupos da Libertadores.

La "U" e Cristal - atual campeão e vice-campeão do torneio local, respetivamente - estão garantidos na fase de grupos e aguardam o sorteio, que será realizado no dia 17 de março.

Os números confirmam as previsões sombrias. No caso do Alianza, o clube conseguiu apenas 18% dos pontos possíveis nas dez edições da Libertadores em que participou desde 2005. La "U" conseguiu 28% dos pontos em seis participações; Cristal 31% em 10 taças e Melgar 19% dos pontos em quatro edições.

Alianza vai em busca do sonho

O Alianza Lima vai em busca do título mundial esta quarta-feira, quando enfrenta o Boca Juniors na Bombonera. O clube intimista chega ao duelo da segunda fase da Taça Libertadores com a vantagem de ter vencido por 1-0 no jogo da primeira mão, mas tem pela frente a parte mais difícil: manter ou aumentar a vantagem fora de casa, num estádio que vai pressionar desde o primeiro minuto.

A equipa treinada por Néstor "Pipo" Gorosito tem mostrado solidez nas suas últimas exibições, destacando a experiência de jogadores veteranos como Hernán Barcos e Paolo Guerrero, que entre eles têm 81 anos e representam uma ameaça constante para as defesas adversárias. Barcos foi fundamental na ronda anterior, marcando golos importantes na eliminação do Nacional do Paraguai.

A partida em La Bombonera será apitada pelo chileno Piero Maza. A pressão está do lado do Boca Juniors, que precisa vencer por pelo menos dois golos de diferença para garantir a qualificação sem depender de penáltis. Os adeptos xeneizes esperam que Edinson Cavani, recuperado de lesão, possa fazer a diferença neste confronto crucial.

O Alianza Lima, ciente da dificuldade de jogar num estádio tão emblemático como a Bombonera, trabalhou para manter a concentração e aproveitar as ocasiões. O técnico Gorosito minimizou o ambiente hostil que poderá enfrentar, ressaltando que a pressão dos adeptos faz parte do folclore do futebol e que seus jogadores estão preparados para lidar com ela.