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Taça Libertadores: Artur Jorge e Alex Telles afastam pesadelo e colocam Botafogo na Glória Eterna (3-1)

Atualizado
Alex Telles marcou de grande penalidade e Artur Jorge fez história no Botafogo
Alex Telles marcou de grande penalidade e Artur Jorge fez história no BotafogoAlejandro PAGNI / AFP
Contra todas as probabilidades, o Botafogo sagrou-se campeão da Libertadores pela primeira vez na história ao vencer o Atlético Mineiro por 3-1, com golos de Luiz Henrique, Alex Telles, de penálti, e Junior Santos, depois de ficar reduzido a 10 no primeiro minuto por cartão vermelho exibido a Gregore.

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Artur Jorge tornou-se o terceiro treinador português a conseguir a Glória Eterna depois de Jorge Jesus e Abel Ferreira. Entre os campeões com ligação a Portugal, destaque para Telles e Tiquinho Soares (ex-FC Porto), Marçal (ex-Nacional) e Danilo Barbosa (ex-SC Braga).

A porta da Glória Eterna estava mesmo ali. O Botafogo, numa época histórica sob o comando do português Artur Jorge, entrou em campo para disputar a primeira final do torneio da sua história, enquanto o Atlético Mineiro procurava repetir o feito de 2013, na altura liderado em campo pela magia de Ronaldinho. 

Pontuações dos jogadores
Pontuações dos jogadoresFlashscore

Num duelo tão emocionante como enervante, geralmente decidido por detalhes, eis que, com apenas 30 segundos no relógio, surgiu o primeiro desequilíbrio numa entrada fulgurante de Gregore sobre Fausto Vera, que valeu o cartão vermelho direto ao central do Fogão, depois de acertar com a sola da bota na cabeça do adversário. Artur Jorge agarrou-se ao caderno para encontrar uma solução.

O técnico não mexeu e Hulk aproveitou o espaço deixado pela expulsão para testar a meia distância, escaldando as mãos de John Victor com dois foguetes de pé esquerdo. A verdade é que o Galo, de Gabriel Milito não conseguiu furar a defensiva e o Botafogo inaugurou o marcador contra todas as probabilidades, com Luiz Henrique a aproveitar um ressalto na grande área, aos 35 minutos.

Cinco minutos volvidos e o ex-Betis fugiu no encalce de um mau atraso, tocou na bola e foi derrubado por Ewerson na grande área. Depois de consulta do VAR, Facundo Tello apontou para o castigo máximo, com a responsabilidade a recair nos ombros de Alex Telles, que não perdoou e fuzilou para o segundo (44'). Um misto de loucura e choque inundou as bancadas de Buenos Aires. 

Até ao descanso, o ritmo aqueceu com uma série de disputas mais agressivas e com o cartão amarelo a voar do bolso do árbitro, mas ainda havia muito a contar. Insatisfeito, Milito mexeu em três peças promovendo as entradas de Bernard, Mariano e Eduardo Vargas. O avançado chileno, com menos de um minuto em campo, apareceu sozinho num pontapé de canto cobrado por Hulk e cabeceou, sem hipóteses, para relançar a partida, aos 47 minutos.

Aos 38 anos, o antigo avançado dos dragões assumiu as despesas da equipa, foi sempre o mais inconformado e, como tal, o que esteve mais perto de chegar ao empate. Aos 52', atirou bem perto do poste e, pouco depois, voltou a testar a atenção de John Victor, que respondeu com uma boa defesa. Por outro lado, Eduardo Vargas sujeitou-se a ser o herói da partida, mas desperdiçou duas grandes oportunidades depois dos 85 minutos. 

Em tempo de descontos, Junior Santos permitiu a todos os botafoguenses respirar de alívio e soltarem a festa, fugindo da bandeirola de canto para a pequena área e aproveitou um ressalto para fazer o 3-1 final. O avançado brasileiro cimentou o seu lugar como melhor marcador do torneio, com o décimo golo na prova, aos 90+7'.

Na sua primeira final, o Botafogo deu o sexto título consecutivo a equipas brasileiras, e Artur Jorge tornou-se o terceiro treinador português a conquistar a Libertadores, repetindo o que Jorge Jesus conseguiu ao serviço do Flamengo, em 2019, e Abel Ferreira pelo Palmeiras, em 2020 e 2021.

Homem do jogo Flashscore: Luiz Henrique (Botafogo).