Recorde as incidências da partida

O Cruzeiro enfrenta inúmeros problemas por resolver, e ficou evidente a total desorganização da equipa. Lenta, sem criatividade, com muito pouca inspiração e com uma movimentação descoordenada.
Uma equipa descaracterizada, com falhas nas laterais, espaços evidentes no meio-campo e um ataque sem ritmo — salvo por um golo de penálti apontado por Gabigol. Um desempenho que, talvez, reflita a recente entrevista de Pedro Lourenço, proprietário da SAD celeste, onde admitiu erros nas contratações feitas pelo clube.
O Cruzeiro perdeu logo nos minutos iniciais aquele que talvez seja o seu principal organizador de jogo no meio-campo, o médio Matheus Henrique. Aos 12 minutos, foi forçado a sair devido a dores no joelho direito.
A sua ausência abriu ainda mais brechas no setor, e a equipa mostrou-se bastante vulnerável, com a defesa a ser completamente ultrapassada pelo organizado conjunto do Mushuc Runa. Aos 27 minutos, Cristian Penilla cruzou para a área e Carlos Orejuela, sem marcação, rematou duas vezes até conseguir bater Cássio. Um golo infantil.

Sem inspiração, o Cruzeiro arrastou o jogo até ao final da primeira parte, desperdiçando jogadas e mostrando grande ineficácia na finalização. No regresso do intervalo, o cenário manteve-se, mas um penálti sobre Dudu voltou a colocar a Raposa na discussão do resultado.
Aos 20 minutos, Gabigol assumiu a marcação da grande penalidade e restabeleceu a igualdade. O Cruzeiro tinha então uma nova oportunidade para mudar o rumo da partida. Mas não o fez. Voltou a repetir os mesmos erros e acabou por ser castigado. Aos 31', o defesa Bentaberry aproveitou mais uma falha na marcação e cabeceou à vontade, selando a surpreendente vitória da equipa equatoriana em pleno Mineirão.
A sorte foi não haver público no Gigante da Pampulha, uma vez que o clube cumpria uma punição imposta pela Conmebol devido ao uso de pirotecnia na última edição da Taça Sul-Americana.
Com duas derrotas na competição continental, o Cruzeiro é o último classificado do seu grupo e já soma três golos sofridos. A defesa parece um queijo suíço e foi completamente dominada pelo Mushuc Runa — uma equipa que via neste jogo a concretização do sonho de enfrentar um clube brasileiro.