O que deveria ser uma festa do futebol argentino no Rio de Janeiro acabou por terminar em cenas lamentáveis de violência. O Lanús empatou 1-1 com o Fluminense no jogo da segunda mão dos quartos de final da Taça Sul-Americana e seguiu para as meias-finais, mas a partida ficará marcada pelos graves incidentes nas bancadas do Maracanã.
A situação rebentou ao intervalo. Segundo testemunhas e vídeos partilhados nas redes sociais, o confronto começou no perímetro do estádio, onde polícias brasileiros e seguranças privados entraram em choque com adeptos do Lanús. Houve agressões, disparos de balas de borracha e gás lacrimogéneo, que rapidamente se espalhou pelas bancadas.
Com o aumento da tensão, a polícia utilizou bastões para agredir os adeptos do Lanús na parte superior do estádio, provocando o caos e medo entre as famílias que tinham viajado para apoiar a equipa.
Jogadores preocupados e jogo atrasado
Dentro de campo, os jogadores argentinos aperceberam-se da gravidade do que estava a acontecer nas bancadas. Carlos Izquierdoz e outros jogadores importantes dirigiram-se ao árbitro venezuelano Jesús Valenzuela para pedir que a partida não fosse retomada até estarem reunidas as condições de segurança.
A segunda parte acabou por ser atrasada durante vários minutos, enquanto a tensão persistia nas bancadas. Mauricio Pellegrino, treinador do Lanús, também falou com as autoridades de segurança e representantes da CONMEBOL.

Padrão recorrente no Brasil
Este episódio junta-se a uma série de incidentes semelhantes no futebol brasileiro. Nos últimos anos, adeptos do Godoy Cruz, do Argentinos Juniors e até da seleção argentina foram alvo de repressão em estádios como a Arena MRV, em Belo Horizonte, e o próprio Maracanã, onde ficou célebre a cena de Dibu Martínez a confrontar um polícia que tentava agredir um adepto argentino em 2023.
Com a eliminatória empatada 1-1 no conjunto (2-1 no agregado), o Lanús avançou para as meias-finais da Taça Sul-Americana, onde defrontará o vencedor do duelo entre a Universidad de Chile e o Alianza Lima.