O jogo entre o Torino e a equipa brasileira do Internacional (a equipa na qual cresceram também Falcão, Alisson Becker, Pato, Juan Jesus e muitos outros), válido para os oitavos de final do Torneio de Viareggio, e que estava a ser disputado em Capezzano Pianore, na província de Lucca, foi suspenso nos últimos minutos da primeira parte, com o resultado de 0-0.
A tensão aumentou quando um jogador do clube brasileiro, o defesa central Kauã, foi expulso pelo árbitro e o treinador do Internacional convidou os seus jogadores a abandonar o relvado.
De acordo com as primeiras reconstruções, um incidente racista grave esteve na origem da decisão do Internacional. Um jogador do Torino terá dirigido um insulto racista a um adversário, que reagiu com um murro. O árbitro sancionou o gesto, desencadeando a reação dos seus colegas de equipa e do treinador.
Depois de se retirar para o balneário, a equipa brasileira anunciou a sua intenção de não retomar o jogo e, após os 20 minutos estipulados pelas regras, o árbitro decretou o fim da partida.
A equipa de Porto Alegre, depois de permanecer no balneário, comunicou a sua intenção de não retomar o jogo e, assim, o árbitro, depois de ter esperado os 20 minutos previstos no regulamento, apitou para o fim do jogo.
A comunicação oficial do gabinete de imprensa
"O jogo Torino-Internacional não será retomado. Durante o intervalo, o Internacional denunciou uma expressão discriminatória de um jogador do Torino contra um jogador do Internacional, o brasileiro Kaua. Devido a essa expressão que terá sido proferida, Kaua reagiu e isso foi um facto objetivo, de tal forma que o árbitro o expulsou por falta de reação. O Internacional abandonou o campo, o treinador João Miguel reuniu todos os jogadores, os que estavam em campo e os que estavam no banco, e abandonaram o relvado, regressando aos balneários sem qualquer intenção de voltar a entrar em campo. Os jogadores do Torino permaneceram no relvado", pode ler-se no comunicado oficial.
"No momento em que o Internacional abandonou o campo, o árbitro apenas teve de tomar nota de que uma das duas equipas tinha abandonado o campo. No momento em que, após dez minutos, o Internacional é convencido a reentrar em campo, de acordo com os regulamentos, não há motivos para retomar o jogo, que está suspenso e permanentemente interrompido. As decisões serão tomadas pelo juiz desportivo", acrescentou a mesma nota.
"Não tomámos posição porque não ouvimos a expressão proferida. Se a tivesse ouvido, uma vez que o Torneio de Viareggio condena sempre, não com palavras mas com actos, qualquer expressão de racismo, ter-nos-íamos distanciado dela. O trio de árbitros não ouviu a expressão. O relato veio de algumas pessoas que se encontravam nas bancadas, na zona onde teria acontecido o que foi relatado", pode ainda ler-se.