Mais

Argentina: Huracán-Platense, a surpreendente final de campeonato que ninguém imaginava

Os jogadores do Platense comemoram.
Os jogadores do Platense comemoram.ALEJANDRO PAGNI / AFP

Huracán e Platense, duas equipas que não estavam entre o lote de favoritos, vão tentar tornar-se os campeões argentinos de 2025, este domingo, quando se defrontarem na final do Torneio Apertura, no estádio Madre de Ciudades, em Santiago del Estero.

Acompanhe aqui as incidências do encontro

Nem os poderosos River Plate e Boca Juniors, nem as outras equipas grandes, Independiente, Racing e San Lorenzo, conseguiram chegar à final, num campeonato em que as surpresas surgiram na fase a eliminar, a partir dos oitavos de final.

O Platense, sediado em Vicente López, cidade da província de Buenos Aires que faz fronteira com a capital argentina, entrou nos play-offs em sexto lugar no Grupo B.

Desde então, tornaram-se o mata-gigantes do Apertura, eliminando sucessivamente Racing (1-0 nos oitavos de final), River Plate (1-1, 4-2 nos penáltis) nos quartos) e San Lorenzo (1-0 nas meias-finais), com o bónus de vencer sempre fora de casa.

O Huracán, por sua vez, terminou em quarto lugar no Grupo A, ao mesmo tempo que disputava a Taça Sul-Americana, onde venceu a chave e qualificou-se para os oitavos de final, derrotando os gigantes Corinthians, América de Cali e Racing, do Uruguai.

No torneio nacional, o Globo derrotou o Riestra (3-2) nos oitavos de final do Apertura, venceu a melhor equipa da fase regular, o Rosario Central, (1-0) nos quartos de final, e derrotou o Independiente (0-0 e 6-5 nos penáltis) nas meias-finais, também fora de casa.

Final histórica

A final é histórica para ambas as equipas, mas especialmente para o Platense. O Calamar vai tentar o primeiro título oficial nos seus 120 anos de existência, em que apenas conseguiu dois vice-campeonatos, um na era amadora (1916) e outro há apenas dois anos, na Taça da Liga de 2023, onde perdeu a final com o Rosario Central.

O Huracán, por sua vez, ganhou várias taças nacionais: a última foi a Supertaça Argentina em 2015, mas só tem cinco títulos da liga, sendo o último o Metropolitano de 1973, há 52 anos, com uma equipa liderada por um jovem César Luis Menotti e que incluía Miguel Brindisi, Alfio Basile, René Houseman e Carlos Babington, entre outros.

O Globo, com quatro descidas à segunda divisão, conseguiu recuperar de uma má época em 2023, em que quase voltou a descer sob o comando de Frank Kudelka, mas voltou a lutar pelo título da Liga Profissional de 2024, perdendo no último jogo contra o Vélez.

Depois dessa grande campanha, o Huracán perdeu várias estrelas, mas Kudelka conseguiu reconstruir a equipa com outros nomes para a levar de novo às portas do título.

"Estou satisfeito com a forma como colocámos o Huracán no topo no ano passado, porque 2024 também foi muito bom, com este grupo de jogadores que me dá confiança. É uma equipa que joga com uma mentalidade vencedora. O facto de o Huracán estar na final é um motivo de orgulho para instituições que não têm tanto poder económico. Não é necessário ter dinheiro para gastar, mas sim ideias", comentou, depois de eliminar o Independiente.

Últimas antevisões de jogos.
Últimas antevisões de jogos.Flashscore

O jogo grande do Calamar

O Platense passou muitas décadas na segunda divisão, chegando a estar oito épocas na terceira divisão, entre 2010 e 2018, até regressar à primeira divisão em 2021. Pelo clube passaram, entre outros, o avançado francês David Trezeguet, campeão do mundo com a França em 1998, e os argentinos Eduardo Coudet, Claudio Borghi, Marcelo Espina e Carlos Alfaro Moreno.

Desde então, o Calamar tem somado campanhas decentes, quase sempre sem grandes nomes, liderado pela dupla de treinadores Favio Orsi e Sergio Gómez, ambos com longas carreiras na segunda divisão argentina.

"Este jogo muda a nossa vida, tem um significado enorme para o futebol argentino e para o clube. Queremos entrar para a história deste clube. Os nossos filhos e netos vão passar por aqui e os nomes destes jogadores e desta equipa técnica vão ficar na história", destacaram os dois técnicos.

"Somos uma equipa que é uma verdadeira quebra-bolas (irritante). Somos uma equipa que corre, joga duro e dá tudo por tudo. Nenhum rival leva a melhor sobre nós", disse Ignacio Vázquez, capitão do Platense.