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Nem os poderosos River Plate e Boca Juniors, nem as outras equipas grandes, Independiente, Racing e San Lorenzo, conseguiram chegar à final, num campeonato em que as surpresas surgiram na fase a eliminar, a partir dos oitavos de final.
O Platense, sediado em Vicente López, cidade da província de Buenos Aires que faz fronteira com a capital argentina, entrou nos play-offs em sexto lugar no Grupo B.
Desde então, tornaram-se o mata-gigantes do Apertura, eliminando sucessivamente Racing (1-0 nos oitavos de final), River Plate (1-1, 4-2 nos penáltis) nos quartos) e San Lorenzo (1-0 nas meias-finais), com o bónus de vencer sempre fora de casa.
O Huracán, por sua vez, terminou em quarto lugar no Grupo A, ao mesmo tempo que disputava a Taça Sul-Americana, onde venceu a chave e qualificou-se para os oitavos de final, derrotando os gigantes Corinthians, América de Cali e Racing, do Uruguai.
No torneio nacional, o Globo derrotou o Riestra (3-2) nos oitavos de final do Apertura, venceu a melhor equipa da fase regular, o Rosario Central, (1-0) nos quartos de final, e derrotou o Independiente (0-0 e 6-5 nos penáltis) nas meias-finais, também fora de casa.
Final histórica
A final é histórica para ambas as equipas, mas especialmente para o Platense. O Calamar vai tentar o primeiro título oficial nos seus 120 anos de existência, em que apenas conseguiu dois vice-campeonatos, um na era amadora (1916) e outro há apenas dois anos, na Taça da Liga de 2023, onde perdeu a final com o Rosario Central.
O Huracán, por sua vez, ganhou várias taças nacionais: a última foi a Supertaça Argentina em 2015, mas só tem cinco títulos da liga, sendo o último o Metropolitano de 1973, há 52 anos, com uma equipa liderada por um jovem César Luis Menotti e que incluía Miguel Brindisi, Alfio Basile, René Houseman e Carlos Babington, entre outros.
O Globo, com quatro descidas à segunda divisão, conseguiu recuperar de uma má época em 2023, em que quase voltou a descer sob o comando de Frank Kudelka, mas voltou a lutar pelo título da Liga Profissional de 2024, perdendo no último jogo contra o Vélez.
Depois dessa grande campanha, o Huracán perdeu várias estrelas, mas Kudelka conseguiu reconstruir a equipa com outros nomes para a levar de novo às portas do título.
"Estou satisfeito com a forma como colocámos o Huracán no topo no ano passado, porque 2024 também foi muito bom, com este grupo de jogadores que me dá confiança. É uma equipa que joga com uma mentalidade vencedora. O facto de o Huracán estar na final é um motivo de orgulho para instituições que não têm tanto poder económico. Não é necessário ter dinheiro para gastar, mas sim ideias", comentou, depois de eliminar o Independiente.

O jogo grande do Calamar
O Platense passou muitas décadas na segunda divisão, chegando a estar oito épocas na terceira divisão, entre 2010 e 2018, até regressar à primeira divisão em 2021. Pelo clube passaram, entre outros, o avançado francês David Trezeguet, campeão do mundo com a França em 1998, e os argentinos Eduardo Coudet, Claudio Borghi, Marcelo Espina e Carlos Alfaro Moreno.
Desde então, o Calamar tem somado campanhas decentes, quase sempre sem grandes nomes, liderado pela dupla de treinadores Favio Orsi e Sergio Gómez, ambos com longas carreiras na segunda divisão argentina.
"Este jogo muda a nossa vida, tem um significado enorme para o futebol argentino e para o clube. Queremos entrar para a história deste clube. Os nossos filhos e netos vão passar por aqui e os nomes destes jogadores e desta equipa técnica vão ficar na história", destacaram os dois técnicos.
"Somos uma equipa que é uma verdadeira quebra-bolas (irritante). Somos uma equipa que corre, joga duro e dá tudo por tudo. Nenhum rival leva a melhor sobre nós", disse Ignacio Vázquez, capitão do Platense.