O clima no Boca Juniors ficou ainda mais tenso, após a inesperada ausência de Carlos Palacios da lista de convocados para o confronto contra o Atlético Tucumán, para a Taça da Argentina. No meio de rumores sobre suposta indisciplina, o avançado chileno decidiu romper o silêncio, com um forte desabafo nas redes sociais, em que atacou jornalistas, negou ter faltado aos treinos e detalhou a sua condição física. Horas depois, a mensagem foi apagada, mas já havia acendido uma nova polémica no clube.
O jogador de 25 anos não foi incluído entre os convocados para o duelo em Santiago del Estero e rapidamente começaram a circular versões sobre uma suposta chegada "em mau estado" ao treino de segunda-feira.
Alguns jornalistas chegaram a sugerir que Miguel Ángel Russo havia tomado a decisão de afastá-lo da equipa e foi divulgada uma frase atribuída ao treinador: "Comigo não joga mais".
Diante da escalada mediática, Palacios optou por falar publicamente e dar a sua versão. Numa história no Instagram, que depois foi apagada, escreveu: "O que procuram com tantas mentiras? Querem fazer parecer-me irresponsável?".
O jogador garantiu que tem sentido desconforto em ambos os joelhos desde antes do Mundial de Clubes e que o departamento médico do clube está ciente disso.
"Além disso, faço de tudo para jogar neste grande clube, que é o meu sonho. Sei bem a responsabilidade que é vestir esta camisa", acrescentou.
Treinos, dores e decisão médica
O atacante relatou que após o último jogo, frente ao Unión, na Bombonera, treinou normalmente durante o fim de semana, e que na segunda-feira apresentou-se como sempre, mas com dores. Juntamente com o departamento médico, decidiram não forçá-lo para evitar uma sobrecarga. Por fim, foi confirmado que sofre de tendinite em ambos os joelhos, problema que já vinha de antes e que teria agravado nos últimos dias.
Um desabafo com nome e apelido
Sem mencionar diretamente os jornalistas envolvidos, Palacios apontou claramente contra aqueles que divulgaram a versão da indisciplina. Mas na sua publicação também apareceram referências específicas a Martín Arévalo e Marcelo Palacios, a quem acusou de "mentir" e de falar "levianamente sobre a saúde mental dos futebolistas". O chileno foi além e denunciou o assédio. Há mães, filhos, famílias por trás. Porquê tanto ódio contra mim?", escreveu.
Também se dirigiu à imprensa do seu país. "Parem de fazer as pessoas acreditarem em coisas que não são verdade. Há família e filhos que leem as suas mentiras", afirmou com firmeza.
Autocrítica e promessa de vingança
Apesar do tom firme do seu desabafo, o ex-Colo Colo também reconheceu que não vive o seu melhor momento futebolístico.
"Gostaria de estar a jogar muito melhor, claro que sim. Sou o primeiro a querer recuperar o meu nível. Estou a trabalhar para isso e para muito mais", afirmou, sem fugir das críticas.
Negou categoricamente ter faltado a treinos ou ter chegado em condições inadequadas. "Nunca cheguei em mau estado. Não tive conflitos com ninguém no clube", sentenciou.
Um presente incerto no Boca
Além da sua explicação, Palacios atravessa um momento delicado no aspeto desportivo. Apesar de ter sido titular nas duas primeiras jornadas do Torneio Clausura, o seu rendimento caiu e agora terá que recuperar fisicamente para voltar a estar à disposição da equipa técnica. A sua presença diante do Huracán, no próximo domingo, ainda não está confirmada.
Vale lembrar que o atacante já havia sofrido uma entorse no joelho no final do Apertura, lesão que conseguiu superar para disputar as partidas do Mundial de Clubes. No entanto, esta nova recaída acendeu alertas, tanto na equipa técnica quanto entre os adeptos, que se dividem entre o apoio e a desconfiança.
Por enquanto, o clube não emitiu nenhum comunicado oficial sobre a situação. Enquanto isso, o caso Palacios já se transformou num novo capítulo do complexo universo mediático que envolve o Boca Juniors.