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Exclusivo com Nicolás Caro Torres: "Não estou a gostar do futebol, encaro-o como um trabalho"

Nicolás Caro Torres, defesa do Deportivo Riestra
Nicolás Caro Torres, defesa do Deportivo RiestraInstagram/Nicolás Caro Torres
Na véspera da partida contra o River Plate, da 10.ª jornada do Apertura Betano 2025, Nicolás Caro Torres, um dos pilares da sólida e consolidada defesa do Deportivo Riestra, deixou muitas reflexões, tanto no futebol quanto fora dele, em exclusivo ao Flashscore.

O central de 29 anos tem uma história particular no futebol, já que foi emprestado oito vezes pelo Cerro Porteño, um dos clubes mais importantes do Paraguai, sem ter tido a oportunidade de jogar por lá. Em entrevista a Gaston Hirschbrand, exclusiva para o Flashscore, falou sobre esse assunto, a saúde mental no futebol, o confronto crucial contra o "Millonario" e muito mais.

- Chegou do Estudiantes de Caseros e tem uma longa carreira no Ascenso e agora está a caminho da Primera, mas é curioso que o seu passe tenha pertencido quase desde o teu início até este ano ao Cerro Porteño. Como foi isso? 

- Sim, é exatamente como diz. Gostaria de ter tido pelo menos uma oportunidade de jogar no Cerro Porteño, mas nunca me deram essa oportunidade. Fui emprestado a vários clubes até 2024 (Lanús, Brown de Adrogué, Gimnasia de Jujuy, Atlanta, Güemes, Riestra, Chacarita e Riestra novamente).

- Gostaria de voltar a algum dos clubes onde jogou?

- Sim, ao Estudiantes, o clube de onde vim, e ao Chacarita.

Saúde mental no futebol

Nicolás Caro Torres com a família
Nicolás Caro Torres com a famíliaInstagram/Nicolás Caro Torres

- Tem o sonho de jogar em outro clube da Argentina ou do exterior?

- Neste momento da minha vida, não tenho nenhum sonho no futebol, vejo-o como um trabalho. A verdade é que não estou a desfrutar como antes, pelo menos aqui é difícil para mim desfrutar do futebol, ao contrário de quando eu era criança, quando tinha o sonho de jogar na primeira divisão.

- Quando diz "aqui é mais difícil para mim", o que quer dizer?

- Especialmente no Deportivo Riestra é mais difícil desfrutar, mentalmente tens de ser muito forte, senão é muito difícil o dia a dia.

- Acha que isso se deve a algo interno do clube ou ao que se diz do exterior, em que o Riestra é visto como uma instituição a quem foi dado um certo tipo de facilidades?

- As duas coisas...

Nicolás Caro Torres com a camisola do Deportivo Riestra
Nicolás Caro Torres com a camisola do Deportivo RiestraInstagram/Nicolás Caro Torres

- Falemos, por exemplo, do treino particular de pré-época que o clube efetuou, em turnos repetidos e começando o treino às 3 horas da manhã: isso ajudou-o em alguma coisa?

- Para mim, pessoalmente, não me ajudou em nada, encarei-o como mais um treino.

- Passemos ao futebol: estão em quarto lugar na vossa zona e são uma das defesas com menos golos sofridos, são fortes em casa e agora vem aí o River, o que estão a achar?

- Somos fortes em casa porque é um campo difícil para todos, conhecemo-lo e estamos habituados a jogar lá. Além disso, conhecemo-nos muito bem. Seja como for que eles venham, o River é sempre difícil, temos de estar concentrados durante os 90 minutos.

- Qual foi o atacante adversário que achou mais difícil de marcar?

- Bem, poderia ser apenas um do River: Miguel Borja, acho que é um atacante que se movimenta bem na área e é fisicamente muito forte. A verdade é que não dialoguei muito com nenhum deles, não sou muito de falar com avançados adversários.

Ping Pong

Nicolás Caro Torres num duelo contra Cavani
Nicolás Caro Torres num duelo contra CavaniInstagram/Nicolás Caro Torres

- Vamos encerrar com um rápido pingue-pongue de perguntas e respostas... Quem é o melhor jogador do atual plantel do Riestra?

- Gonzalo Bravo.

- Quem é o melhor guarda-redes do futebol argentino?

- Nacho Arce, o nosso.

- Quais são as diferenças entre o jogo no Ascenso e na Primera? 

- O Ascenso é mais friccional, na Primera é mais rápido e joga-se mais.

- Qual é o campo mais emocionante para jogar no Ascenso?

- La Ciudadela, em San Martín de Tucumán.

- Com que jogador gostaria de trocar de camisola?

- Nunca troquei de camisola com ninguém. Se isso acontecer, não tenho nenhum problema.

- Qual é o seu maior sonho no futebol?

R: Como já disse, quando era miúdo sonhava em jogar na Primera. Agora, neste momento da minha vida, não tenho nenhum sonho no futebol, encaro-o mais como um trabalho, não estou a desfrutar como antes.