A tensão no Boca Juniors atingiu um novo pico esta quarta-feira. Num ambiente marcado por maus resultados e conflitos internos, o treinador Miguel Ángel Russo tomou uma decisão contundente: afastou os defesas Marcos Rojo, Cristian Lema e Marcelo Saracchi do plantel principal.
Tudo se precipitou após a derrota frente ao Huracán (1-0), a quarta nos últimos seis jogos da equipa xeneize. Durante o treino de terça-feira, em Ezeiza, Russo reuniu apenas os 23 jogadores convocados para esse encontro.
O defesa-central Rojo, ao ser excluído da conversa, sentiu-se posto de parte e, após discutir com a equipa técnica, abandonou o local visivelmente incomodado. Foi a gota de água.
Decisão firme e polémica
Nesta quarta-feira, Rojo, Lema e Saracchi foram notificados de que estavam fora da equipa profissional. De acordo com diferentes versões, o aviso não veio diretamente de Russo nem de um membro da equipa técnica: um roupeiro teria sido encarregado de comunicá-lo.
O clube garante que a informação foi transmitida por Raúl Cascini e Marcelo Delgado, do Conselho de Futebol.
Os três defesas não poderão utilizar o balneário nem participar nos treinos com o plantel principal e já começaram a trabalhar em turnos separados com o preparador físico do clube.
Desgaste, lesões e um balneário dividido
O caso mais delicado é o de Marcos Rojo, capitão e líder da equipa. Com contrato até dezembro de 2025, o central não joga desde maio e está claramente a desgastar a equipa técnica. O relacionamento com Russo já havia sido prejudicado no Mundial de Clubes, quando não teve tempo de jogo e foi substituído por Ayrton Costa.
Ao mesmo tempo, Cristian Lema já tinha sido informado de que deixaria de contar para a estrutura da equipa, e o clube propôs a rescisão do contrato. Marcelo Saracchi, por sua vez, esteve perto de se transferir para o Independiente, mas a mudança acabou por ser cancelada à última hora.
Tudo indica que o tempo de Rojo no Boca chegou ao fim. O defesa-central de 35 anos, que passou pelo Sporting e pela seleção argentina, disputou 118 partidas e marcou nove golos desde que chegou em 2021. O Estudiantes de La Plata demonstrou interesse em contratá-lo, mas, para já, não existe qualquer proposta formal que desbloqueie a saída.

Clima quente no clube
A crise desportiva do Boca não dá tréguas: eliminado na fase de grupos do Mundial de Clubes, afastado nos oitavos de final da Taça da Argentina e com apenas dois pontos no Torneio Clausura, a equipa de Russo está longe de corresponder às expectativas. Além disso, nas últimas horas, multiplicaram-se os rumores sobre uma possível reestruturação do Conselho de Futebol.
Com um balneário dividido e dirigentes afastados da tomada de decisões, o panorama parece complexo em La Ribera. E o pior: tudo indica que isto está apenas a começar.