"O Ministério Público de Antalya abriu um inquérito ao futebolista Sagiv Jehezkel por 'incitação pública ao ódio', pela sua celebração odiosa do massacre cometido por Israel em Gaza", anunciou o ministro da Justiça turco, Yilmaz Tunç, na rede social X (antigo Twitter).
No sábado, após marcar um golo no empate do Antalyaspor frente ao Trabzonspor, o internacional israelita mostrou a inscrição "100 dias 07/10" numa das proteções do seu pulso, em referência aos 100 dias após o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, a que se seguiu uma intervenção militar dos israelitas na Faixa de Gaza, enclave controlado pelo Hamas desde 2007.
"Nós vamos continuar a apoiar os palestinianos oprimidos", referiu o ministro turco, que denunciou um genocídio em curso em Gaza.
Vários órgãos de comunicação social, entre os quais a agência de notícias oficial Anadolu, noticiaram que o futebolista israelita foi detido durante a noite de hoje.
O Antalyaspor também já tinha anunciado que tinha afastado Sagiv Jehezkel da equipa, acusando-o de ter "agido contra os valores" do país.
A 07 de outubro, combatentes do Hamas – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 23 mil mortos e mais de 59 mil feridos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.