Alexandre Pinto (treinador do Benfica):
“Quando entrámos nesta competição, tínhamos uma dívida para com todos os benfiquistas, que foi o falhanço que tivemos nesta competição na época passada (derrota na meia-final, com o Novasemente). Tínhamos muita ambição de recuperar este título e o oferecer aos benfiquistas.
Foi uma final muito dura. Não entrámos bem. Fizemos uma primeira parte muito abaixo do que podemos. Houve algum demérito nosso na forma como organizámos a construção do ataque, mas também muito mérito do nosso adversário, porque o Nun’Álvares foi uma equipa muito organizada, agressiva.
Ao intervalo, ajustámos uma série de coisas e voltámos para uma segunda parte que passou do oito para o 80. Fomos melhores e dispusemos de várias oportunidades, antes de fazermos o empate e passarmos para cima no marcador. Depois, o Nun’Álvares fez o que lhe competia nos minutos finais, e o golo apareceu. O resultado ajusta-se ao que foram os 40 minutos.
No prolongamento, o Benfica esteve melhor, mas as equipas não querem entregar nada e temem-se mutuamente. Mesmo assim, dispusemos de duas ocasiões flagrantes. Poderíamos ter terminado o jogo ali. Não aconteceu. Fomos aos penáltis.
Costumo dizer que tenho a sorte de ter as melhores do mundo. Sem dúvida, tenho a melhor (guarda-redes) do mundo, a Ana Catarina. Apareceu num momento em que a equipa precisava. Quando precisamos uns dos outros, as qualidades aparecem, e, aí, a Ana Catarina distingue-se”.
Paulo Tavares (treinador do Nun’Álvares):
“Há duas partes distintas. Na primeira parte, as minhas jogadoras puseram em prática aquilo que se pediu, que era estarmos com defesa baixa e irmos subindo. Fomos ganhando várias bolas e fizemos golo.
Ao intervalo, disse-lhes para continuarem com a mesma postura, mas elas tiveram medo de sofrer. Por mais que lhes dissesse que era preciso jogar e ter bola, se não elas (Benfica) iriam virar o jogo, isso aconteceu. Depois, por mérito próprio, conseguimos chegar ao empate.
Os penáltis foram trabalhados toda a semana. A guarda-redes do Benfica adivinhou três. A nossa um. Parabéns às três equipas. Gostei da arbitragem. Esteve à altura do jogo.
Sabemos o poderio do Benfica. Tem as condições de trabalho que mais ninguém tem, tem um plantel com as melhores jogadoras portuguesas, ou quase todas. Contratou mais três internacionais brasileiras. Temos um plantel junto há algum tempo. Falta as jogadoras ganharem confiança e acreditarem que podem ganhar. Trabalham bem durante a semana. Falta, em momentos, colocar em prática o que treinamos”.