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Futsal: Percurso para inédito Mundial tem duplo valor para Ana Catarina

Ana Catarina é uma das figuras da Seleção
Ana Catarina é uma das figuras da SeleçãoFPF

A eventual participação da seleção portuguesa feminina de futsal no primeiro Campeonato do Mundo, entre 21 de novembro e 07 de dezembro de 2025, nas Filipinas, terá duplo valor, admite a guarda-redes Ana Catarina.

“Para mim, tem dois significados extremamente importantes. Desde logo, é o cumprir do nosso sonho. Por outro lado, é um sentimento de realização pela luta que temos tido ao longo de 15 anos. Desde 2010, participámos em torneios não oficiais, mas ansiávamos e fizemos várias campanhas para que a FIFA nos pudesse ouvir e dar a oportunidade de realizar o primeiro Mundial. Isso também nos serve de motivação para esta qualificação”, admitiu a futsalista do heptacampeão nacional Benfica, em declarações à agência Lusa.

Entre quarta-feira e sábado, sempre em Montesilvano, a equipa das quinas enfrentará a Suécia, a Hungria e a anfitriã Itália, necessitando de assegurar um dos dois primeiros lugares do Grupo A da Ronda de Elite de apuramento europeu para rumar à fase final da principal competição planetária de seleções, que conta com inédita organização da FIFA.

“A nossa seleção acaba por ser uma das favoritas à passagem e, neste caso, ao primeiro lugar. Obviamente, a Itália tem um fator importante, que é alinhar em casa, mas temos a consciência de que, onde Portugal entra, tem de ser sempre para ganhar e deixar marca. Não sentimos isso como pressão, mas como uma motivação”, direcionou Ana Catarina, segunda com mais internacionalizações AA (114), apenas atrás de Ana Azevedo (132).

A equipa treinada por Luís Conceição está a estagiar há quase duas semanas e fez dois jogos de preparação com a tricampeã europeia Espanha nos arredores de Madrid, tendo perdido tangencialmente na quinta-feira (4-3) e no sábado (3-2), antes de chegar a Itália.

“Apesar de não terem sido os resultados ideais, deu para perceber algumas dificuldades que tínhamos na construção de jogo, na hora de pressionar e a nível de sistemas táticos. Aliás, sofremos dois golos de livre. Ainda bem que aconteceu ali, no sentido de estarmos em alerta e fazermos os ajustes todos que temos de fazer antes da qualificação”, vincou.

Ana Catarina, de 32 anos, é uma das mais experientes numa seleção portuguesa jovem, que tem o objetivo de vencer a Suécia, a Hungria e a Itália, mas mostra-se ciente de que “tem de competir ao máximo nível e estar ligada durante os 40 minutos” de cada desafio.

Portugal nunca defrontou oficialmente as nórdicas, mas já bateu as magiares nas meias-finais do Euro-2022 (6-0) e na definição dos terceiro e quarto lugares do Euro-2023 (12-0).

Face às transalpinas, o conjunto das quinas triunfou na qualificação para o Campeonato da Europa de há dois anos (5-1), sendo que, já em 14 e 15 de janeiro deste ano, somou uma vitória (3-2) e uma derrota (1-0) em jogos particulares realizados em Prato, na Itália.

“A Suécia e a Hungria têm uma palavra a dizer e vão dificultar a nossa vida. Não acredito que a Hungria seja a mesma equipa que defrontámos em 2023. Esperam-se jogos muito competitivos, mas o mais apelativo para todos será contra a anfitriã no sábado”, projetou.

Ana Catarina arrebatou duas medalhas de prata (2019 e 2022) e outra de bronze (2023) em três Europeus, tendo, há dois meses, vencido pela quarta vez a distinção de melhor guarda-redes do mundo concedida pelo portal Futsal Planet (2018, 2020, 2021 e 2024).

Portugal tem em vista uma das quatro vagas europeias de qualificação rumo ao primeiro Campeonato do Mundo feminino de futsal, que juntará 16 países de seis confederações.

Programa:

GRUPO A:

- Quarta-feira, 19 mar:

Hungria - Itália, 15:00

Portugal - Suécia, 17:00

- Quinta-feira, 20 mar:

Hungria - Portugal, 14:00

Itália - Suécia, 18:00

- Sábado, 22 mar:

Suécia - Hungria, 15:00

Itália - Portugal, 18:00