O Amiens, o Guingamp e o Lille contestam o tratamento que lhes foi atribuído no âmbito das 15 categorias de credores, organizadas por estatuto (prioritário ou não) e por interesse económico comum.
“Não se trata de um recurso contra o plano. É um recurso contra a classe em que o clube em questão foi colocado. Não está em causa o plano em si, mas é verdade que é necessário purgá-lo”, explicou Laurent Cotret, advogado do Bordéus, à imprensa.
A secção comercial do Tribunal de Recurso de Bordéus deverá pronunciar-se “nos próximos dias”, provavelmente no início da próxima semana, segundo o advogado.
Entretanto, o Tribunal de Comércio marcou a deliberação para as 08:00 do dia 24 de junho, apenas algumas horas antes da comparência do clube perante a DNCG, o organismo de controlo financeiro do futebol francês. A DNCG deverá decidir se aprova o compromisso do Bordéus para disputar a Ligue 2 na próxima época. Caso os recursos sejam aceites, o processo terá de ser reaberto, com nova consulta aos credores - o que poderá atrasar a decisão final.
Na audiência de sexta-feira, o Bordéus defendeu durante quase duas horas a sua continuação de atividade, propondo uma redução significativa da dívida, de 94 para 26 milhões de euros, com reembolso em dez anos, ajustado conforme uma eventual subida às divisões superiores.
Sob gestão de Gérard Lopez desde 2021, os seis vezes campeões franceses foram despromovidos à Ligue 2 e colocados sob proteção judicial no verão passado, perdendo o estatuto de clube profissional e o seu centro de formação. Apesar da descida administrativa, o Bordéus terminou esta época em quarto lugar, sem possibilidade de promoção.
Gérard Lopez não esteve presente na audiência, mas reafirmou por videoconferência a intenção de injectar cerca de 10 milhões de euros neste verão, segundo Me Cotret. Os cerca de 400 credores tinham até quinta-feira à noite para votar as condições de reembolso da dívida e aceitar ou rejeitar os montantes propostos.
Segundo o clube, o plano de continuidade foi aprovado por um grupo de credores que representa cerca de 70% da dívida, correspondendo a 10 das 15 categorias existentes.