A atleta de 18 anos, que foi campeã olímpica nas paralelas assimétricas em Paris-2024, no que foi igualmente o primeiro ouro africano na modalidade nos Jogos, voltou a brilhar, agora com uma pontuação excecional de 15,566 pontos.
A competidora que há dois anos trocou a França pela Argélia, após um conflito com a federação gaulesa, superou, por mais de um ponto, a sua principal rival, a russa Angelina Melnikova, 14,500, que tinha ganho o concurso completo, na quinta-feira, enquanto a chinesa Yang Fanyuwei fechou o pódio, assegurando o bronze com 14,500.
Kaylia Nemour, nascida em França mas filha de pai argelino, tinha desiludido ao falhar o pódio do concurso completo, no qual ficou em quarto, porém redimiu-se com o inédito título mundial, alcançado no seu aparelho favorito.
“Ela poderia ter ganho mesmo cometendo erros, mas não jogou pelo seguro. Foi atrás da nota máxima”, elogiou a sua nova treinadora, Nadia Massé, depois de ter apoiado a sua pupila que na primavera trocou de clube, em França, depois de denunciar “humilhações” e “controlo”
A técnica da ginasta que tinha sido prata mundial nas barras assimétricas no Mundial de 2023, em Antuérpia, elogiou a “resiliência fora do comum” de Kaylia Nemour, bem como a “coragem de deixar para trás o que já não queria”.
Sábado a argelina terá uma nova oportunidade de pódio, na final da trave.
No salto, a russa Angelina Melnikova, a competir sob bandeira neutra, conquistou novo ouro depois de se impor no concurso completo, que já tinha ganho em 2021: curiosamente, este foi o seu primeiro título mundial num aparelho.
A ginasta de 25 anos, que já vai em oito pódios mundiais, obteve uma média combinada de 14,466 nos dois saltos, superando Lia-Monica Fontaine, do Canadá, com 14,033, enquanto a norte-americana Joscelyn Roberson, lesionada, levou o bronze.
Surpresa protagonizada pelo domínio dos britânicos Jake Jarman e Luke Whitehouse no solo, com ouro e prata, com 14,866 e 14,666 pontos, respetivamente, relegando o filipino campeão olímpico Carlos Yulo para terceiro, com 14,533.
No cavalo com arções, o título foi para o chinês Hong Yanming, que concluiu com os mesmos 14,600 pontos do arménio Mamikon Khachatryan, porém venceu graças a uma melhor nota de execução (9,0 contra 8,8), apesar de ter realizado uma rotina ligeiramente menos difícil.
A final das argolas foi vencida pelo americano Donnell Whittenburg, com o seu primeiro título mundial a surgir aos 31 anos, com 14,700 pontos, superando o turco Adem Asil e o chinês Lan Xingyu.
Os Mundiais de ginástica artística terminam este sábado, com as finais de salto, paralelas e barra fixa, em masculinos, e trave e solo, em femininos.
