Mais

Ginástica: Rebeca Andrade deixa o solo para proteger corpo e mente

Rebeca Andrade num evento no Rio de Janeiro
Rebeca Andrade num evento no Rio de JaneiroFoto por CHARLES SHOLL / BRAZIL PHOTO PRESS / Brazil Photo Press via AFP
A ginasta Rebeca Andrade, de 26 anos, a maior medalhada olímpica da história do Brasil, anunciou que vai deixar de competir no solo para cuidar da saúde antes dos Jogos de Los Angeles 2028.

Andrade viveu um momento icónico ao conquistar a medalha de ouro no solo nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, derrotando a lenda norte-americana Simone Biles na final da prova, ocasião em que Biles se curvou perante a brasileira no pódio e a chamou de “uma rainha”.

“Não vou continuar a fazer solo. O solo é o que provoca mais impacto”, afirmou Andrade esta terça-feira, numa conferência integrada no evento Rio Innovation Week, segundo declarações divulgadas pela imprensa brasileira.

“Sou uma atleta de 26 anos com cinco cirurgias ao joelho. Quando compreendemos os nossos limites, é essencial respeitá-los. Sei que adoram quando faço exercícios no solo, mas ainda posso mostrar muito nos outros aparelhos”, acrescentou, dirigindo-se ao público.

Múltiplas lesões e cirurgias ao joelho, entre 2015 e 2019, colocaram a sua carreira em risco antes de se tornar numa das melhores ginastas do mundo.

Andrade conquistou seis medalhas em três participações nos Jogos Olímpicos: duas de ouro, três de prata e uma de bronze, ultrapassando os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael como os atletas brasileiros com mais medalhas no maior evento do desporto mundial.

Andrade cita motivos de "saúde"

“Estou a cuidar mais da minha saúde física e mental (...). Isso é fundamental para os próximos anos, quando teremos pelo menos mais uma Olimpíada pela frente”, afirmou.

Deixar de competir no solo “vai ajudar-me a continuar por mais tempo”, acrescentou a ginasta nascida em Guarulhos, São Paulo.

Andrade, uma das personalidades mais queridas do gigante latino-americano, prepara-se agora para o Campeonato Mundial de Ginástica Artística, que decorrerá de 19 a 25 de outubro, em Jacarta, na Indonésia.

Depois de se estrear nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, a paulista brilhou em Tóquio-2020, edição adiada para 2021 devido à pandemia de coronavírus.

Conquistou o ouro no salto e a prata no concurso completo, um marco para a ginástica brasileira.

O maior feito de Rebeca Andrade aconteceu em Paris-2024, quando superou Simone Biles na final do solo e arrecadou ainda a prata no salto e no concurso completo, além do bronze por equipas.