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Golfe: Keegan Bradley defende pagamentos aos jogadores dos EUA na Ryder Cup como incentivo à caridade

Keegan Bradley, capitão dos Estados Unidos
Keegan Bradley, capitão dos Estados UnidosERIK S. LESSER / EPA / Profimedia

O capitão dos Estados Unidos, Keegan Bradley, defendeu o aumento do pagamento aos jogadores da Ryder Cup por parte da PGA of America para competirem contra a Europa, no duelo desta semana, em Bethpage Black.

Desde 1999, cada jogador dos EUA recebe $200.000 (£148.000), valores destinados a uma instituição de caridade escolhida pelo próprio atleta e a programas juvenis de golfe e educação da PGA of America.

Este ano, a PGA of America atribui a cada jogador $500.000, sendo pelo menos $300.000 destinados a instituições de caridade à escolha do atleta e os outros $200.000 como um subsídio para uso livre.

Segundo Bradley, a medida foi pensada para aumentar as doações a causas sociais e atualizar os benefícios pela primeira vez em 25 anos.

"A PGA of America veio falar comigo; eles queriam trazer a Ryder Cup para os dias de hoje. O valor destinado à caridade não mudava desde 1999, e pediram-me para ajudar a conduzir essa transição até 2025," disse Bradley, que pretende doar o seu subsídio extra de $200.000 para a caridade.

Os jogadores europeus não vão receber pagamento para participar, e o capitão europeu Luke Donald afirmou que pedir qualquer tipo de remuneração pela participação na Ryder Cup não faz parte das preocupações da sua equipa.

"Contactei os 12 jogadores de Roma para saber o que pensavam. As opiniões deles são importantes. Todos disseram: 'Nem sequer pensámos em jogar por dinheiro nesse evento.' Não vemos isso dessa forma. Isso mostra o significado da Ryder Cup para estes jogadores. Uns duzentos mil dólares para eles não é muito dinheiro no contexto geral... Não precisamos de motivação extra ou recompensas financeiras para nos motivar", afirmou.

Bradley não se mostrou preocupado com a ideia de que o dinheiro possa indicar que a Ryder Cup tem mais valor para os jogadores europeus.

"Não percebo muito bem isso," disse Bradley.

"Não estou preocupado com o que a Europa faz ou pensa. O que me importa é o que a minha equipa está a fazer. Recebi uma missão da PGA of America e foi isto que decidimos. Queríamos atualizar a Ryder Cup para os tempos atuais, e achámos que esta era a melhor forma de o fazer", acrescentou.

Bradley explicou que a decisão é semelhante ao que acontece na Presidents Cup, evento apoiado pelo PGA Tour entre os EUA e equipas internacionais não europeias.

"Copiámos muito do que é feito na Presidents Cup," disse Bradley.

"Fizemos o melhor possível, e acredito que muita coisa boa vai resultar disto. Acho que os jogadores vão fazer muito bem com este dinheiro, e considero isso excelente. Os jogadores são pessoas realmente generosas e vão contribuir de forma positiva", referiu.

Reação negativa dos adeptos dos EUA ao valor?

As instituições de caridade que vão receber os fundos ainda não foram divulgadas publicamente pelos jogadores dos EUA.

"Acho que para cada um é uma decisão pessoal. Muitos não se sentem à vontade para partilhar o que vão fazer com o dinheiro, mas vamos doar", afirmou Bradley.

"Não faço doações para promover o que estamos a fazer. Os jogadores da nossa equipa são pessoas incríveis e fazem muitas coisas extraordinárias com o dinheiro da caridade e com as suas fundações. Muitos deles não gostam de divulgar esse tipo de informação, e eu sinto o mesmo", acrescentou.

Segundo a ESPN, Donald disse que os pagamentos podem gerar uma reação negativa dos adeptos dos EUA, tendo em conta os preços elevados para assistir ao evento perto de Nova Iorque.

"Todos sabemos como os bilhetes são caros, e vai ser uma viagem dispendiosa para uma família de quatro pessoas," disse Donald.

"Se os jogadores dos EUA estão a receber um subsídio, seja qual for o valor, e não corresponderem, os nova-iorquinos vão certamente fazer-se ouvir", concluiu.