Numa época em que atingiu a impressionante marca de uma centena de golos em jogos oficiais, a avançada nunca perdeu o foco: ajudar a equipa. Mais do que os números, importa-lhe o coletivo, o compromisso diário e a ambição partilhada de vencer tudo o que há para vencer – e, sobretudo, conquistar o que ainda falta. "Se tivesse de trocar os 100 golos por um título europeu, nem pensava duas vezes", garante.
Feliz, grata e com um sentimento de responsabilidade renovado, Maria Sofia Silva fala da ligação profunda ao clube que representa desde 2018. Do primeiro título ao mais recente, da paixão de infância à motivação diária, a jogadora descreve a experiência no Benfica como única. "Sinto-me em casa, sinto que somos uma família", diz, com a emoção de quem sente verdadeiramente o peso da camisola e a força do símbolo que carrega.
Época 2024/2025: "Acho que foi uma época muito bem conseguida, muito positiva, depois de uma temporada não tão bem conseguida, pelo menos a nível pessoal – na qual eu comecei a conciliar o trabalho com o hóquei em patins –, também por uma questão de gestão de expectativas… Nesta segunda época, já o segundo ano a trabalhar, já senti mais confiança e meti na cabeça que queria trabalhar e fazer uma grande época. E acho que foi, sem dúvida, conseguida. A nível individual, foi uma época muito consistente. A nível coletivo, nem se fala. Sinto que ainda nos está a faltar aquele bocadinho na Europa, e não foi uma época perfeita a esse nível. No entanto, foi uma temporada muito positiva. Continuamos a ser muito consistentes, a querer mais e a dar mais a nível nacional, e cada vez mais as equipas querem ganhar-nos, mas nós também queremos cada vez mais fazer história. Isso tem sido, sem dúvida, aquilo que nos define."
100 golos marcados: "Não comecei a época a pensar que queria marcar 100 golos, nem que queria ser a melhor marcadora. Comecei a época a pensar: 'vou dar o melhor de mim para ser melhor todos os dias'. Nem a meio da época sabia que ia marcar tantos golos. No final da época é que as pessoas começaram a dizer: 'olha, faltam X golos para marcares 100, uau!'. E isso é muito bom, é muito positivo. Aquilo que mais quero é ajudar a equipa, e sei que, a marcar golos, também a ajudo. Era só nisso que eu estava a pensar. É um número redondo, que ainda não tinha sido atingido e, portanto, fico feliz, principalmente porque sinto que esse número ajudou muito a equipa. É isso que eu penso, dia após dia – em ser melhor todos os dias, como jogadora, para ajudar a equipa no final. Acaba por ser um reconhecimento daquilo que foi o trabalho feito durante a época."
Sete anos no Benfica: "Sinto que tem sido incrível. Sinto-me muito feliz, mesmo, e grata pela confiança. Porque, sem dúvida, estar a representar o clube que eu mais amo desde criança, e ter a oportunidade de o representar e jogar aquilo que eu mais gosto… Acho que só podia ser feliz. É esse o sentimento que eu tenho: felicidade. Sinto-me em casa, sinto que somos uma família. E sinto que nós temos também este dever para com o Benfica. Ele dá-nos tanto, ano após ano, e continua a melhorar aquilo que nos dá. E, ano após ano, também sinto que é uma grande responsabilidade. Quero continuar a dar também mais títulos ao Benfica, mais conhecimento, porque é uma grande confiança que eles têm em mim."
Renovação: "É um sentimento de felicidade. Sinto-me muito feliz por estar cá. E, portanto, ficar cá mais dois anos é uma alegria imensa. Sinto-me também grata pela confiança, e sinto – lá está – a responsabilidade de continuar a dar tudo. O Benfica tem-nos dado, ano após ano, o melhor possível para nós sermos melhores. E é isso que eu posso prometer: continuar a ir à luta e tentar ser melhor do que ontem. E, no final, sinto que, se todas tivermos o mesmo pensamento – e temos, porque conheço a minha equipa, e somos todas, além de grandes jogadoras, grandes pessoas, com grande valor –, e se cada uma de nós der o melhor, sei que vamos cada vez mais longe. E vai ser esse o segredo para conquistarmos tudo mais um ano. É isso que nós desejamos."
Objetivos: "A nível coletivo é ganhar tudo o que temos a ganhar – tanto a nível nacional como aquilo que nos falta na Europa. É aquilo a que nos comprometemos, claramente. A nível individual, é ajudar ao máximo a minha equipa naquilo que eu posso controlar – que é trabalhar mais e ser melhor a cada dia. Não ser melhor do que ninguém, mas ser melhor do que aquilo que eu sou todos os dias. Sei que isso é o suficiente para ajudar a equipa a ganhar. Porque, lá está, se cada uma der o máximo, no final, todas nós, como a grande equipa que temos, vamos conseguir o nosso objetivo, que é ganhar todas as competições. E espero mesmo, sinceramente, e vou dar tudo para que isso aconteça. Da minha parte, é isso que podem esperar."
