Khelif sublinhou que se vê a si própria "como uma rapariga, como qualquer outra rapariga". Ela "nasceu rapariga, foi criada rapariga e viveu toda a minha vida como rapariga".
No início de fevereiro, Trump assinou um decreto que proíbe os atletas transgénero de competir em categorias desportivas femininas nos EUA, pondo assim, segundo a sua própria declaração, "fim à guerra contra o desporto feminino". Durante a sua campanha eleitoral, referiu-se repetidamente a Khelif como "trans".
Khelif e Ting ganharam o ouro
Em resposta ao argumento de Trump, o Comité Olímpico Internacional (COI) expulsou a federação mundial IBA e, posteriormente, anunciou queixas legais oficiais contra a organização do ringue.
A razão para tal foi a participação de Khelif e Lin Yu-Ting (Taiwan) no torneio olímpico de boxe organizado pelo COI em Paris. Ambos os pugilistas ganharam o ouro, mas tinham sido excluídos dos Campeonatos do Mundo um ano antes pela IBA, devido aos testes de género e às vantagens competitivas daí resultantes.
Khelif retirou obviamente força do debate global que se gerou durante os Jogos Olímpicos de Paris.
"Aprendi muito com a campanha contra mim, e o que aconteceu nos Jogos Olímpicos de Paris foi uma experiência que me abriu os olhos", disse.
"Sinto-me ainda mais forte agora do que antes", acrescentou.