“Foi bastante vincada a recomendação sobre a necessidade de obter uma formação académica, e conseguir conciliar a participação desportiva com a formação nos diferentes ciclos escolares. Esta situação, apontaram (os ex-atletas olímpicos) gera uma certa proteção para o final da carreira e para a transição para o mercado de trabalho”, lê-se no estudo realizado pela Escola Superior de Desporto de Rio Maior-Instituto Politécnico de Santarém.
A ausência de formação académica, a menor experiência a nível profissional, as dificuldades de adaptação e a falta de valorização, por parte das entidades, do seu percurso olímpico são as principais barreiras identificadas pelos antigos atletas na procura do primeiro emprego após acabarem a carreira, com estes a deixarem recomendações às federações, ao Comité Olímpico de Portugal (COP) e ao Estado.
As atividades realizadas pelo COP, no âmbito da preparação para o pós-carreira, precisam de ter maior envolvimento e aproveitamento pelos atletas, defendem, considerando ainda que “é preciso proporcionar mais garantia, mais estabilidade, nas medidas existentes para apoio aos atletas, para que as suas opções de estudo, de formação, de trabalho, possam decorrer em paralelo com a sua atividade desportiva”.
“É necessário fortalecer a cooperação entre o Estado, o COP e as federações para que as medidas existentes e a propor tenham efetiva aplicação e continuar a melhorar as oportunidades de emprego para os atletas olímpicos”, enumeram.
Finalmente, o estudo ‘Transição de carreira, situação perante o emprego e mercado de trabalho” propõe 12 medidas para melhorar a situação de empregabilidade dos atletas olímpicos quando terminam o seu percurso na alta competição, nomeadamente a constituição de uma unidade de apoio à empregabilidade.
Verificar a correta aplicação, pelas instituições de ensino, do estatuto do estudante atleta do ensino superior, aprofundar a generalização das Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE), reforçar as ofertas de ensino profissional, melhorar os processos de realização da formação de treinadores, no âmbito do Programa Nacional de Formação de Treinadores (PNFT) são outras das sugestões apresentadas.
Outras propostas são a melhoraria da oferta de emprego público, o aumento das oportunidades de trabalho para os olímpicos e do reconhecimento público das competências obtidas no alto rendimento, a constituição de “uma oferta formativa de micro-credenciais para validar competências obtidas na prática desportiva de alto rendimento” e de um procedimento de adesão à Segurança Social para atletas com participação em programas de preparação olímpica, além do estabelecimento de planos individuais de carreira desportiva.