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Inês Maia: "Estava na minha zona de conforto, arrisquei e conquistei posição importante no Besiktas"

Inês Maia cumpre terceira época no Besiktas
Inês Maia cumpre terceira época no Besiktas@Instagram Inês Maia

O futebol é uma parte essencial da vida de Inês Maia. A defesa portuguesa cumpre a sua terceira época ao serviço do Besiktas, onde encontrou um espaço em que é reconhecida e respeitada pelo seu trabalho.

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Depois de conquistar tudo o que havia para conquistar em Portugal, Maia decidiu sair da zona de conforto, arriscar e “crescer” em Istambul.

“Mais madura” e “mais consistente”, a defesa portuguesa faz uma autoavaliação ao seu desempenho nas últimas temporadas e acredita que um dos seus maiores objetivos, a Seleção Nacional, será sempre o "reflexo do trabalho" que realiza no clube.

“Acho que tenho tido um percurso muito consistente, com títulos, golos, minutos e jogos. Mas há decisões que não estão nas minhas mãos”, afirmou nesta entrevista exclusiva ao Flashscore.

Inês Maia celebra com as companheiras do Besiktas
Inês Maia celebra com as companheiras do Besiktas@Instagram Inês Maia

"Conquistei uma posição com alguma importância no Besiktas"

- Inês, já lá vão dois anos, mais coisa menos coisa, desde que chegou à Turquia. Qual é o balanço que fazes desta aventura aí no Besiktas?

É um balanço positivo, e daí também ter ficado mais esta época. Acredito que conquistei uma posição com alguma importância, e sinto que o clube também me vê dessa forma. Por isso fui uma das jogadoras que transitaram de uma época para a outra. Enquanto clube, passámos, entretanto, por algumas inconstâncias ao nível da presidência, o que abanou um bocadinho a estrutura, mas, no geral, o balanço é bastante positivo. Sinto-me bem aqui e acredito que tenho feito um bom trabalho.

- Qual é a autoavaliação que faz em relação ao seu rendimento?

Sinto que consegui impor o meu jogo no contexto do jogo turco - um jogo mais racional, mais tático -, onde consigo, em várias situações, determinar os tempos de jogo. Acho que, ao longo destes anos, consegui mostrar-lhes o meu estilo de jogo dentro da forma como elas jogam. Penso que esse é o balanço mais positivo que posso fazer sobre mim.

- E quando olha para a Inês que chegou à Turquia em 2023, que diferenças é que nota mais na Inês jogadora e na Inês pessoa?

Enquanto jogadora, eu não mostro muito as minhas emoções, sou uma jogadora muito calculista e aqui, na Turquia, é exatamente o oposto. Eles vivem o jogo de forma muito intensa; os adeptos vibram imenso, e a própria atmosfera turca é muito calorosa, completamente diferente de mim. Acho que ganhei um pouco disso deles, esse calor durante o jogo, mas mantendo sempre o meu lado racional. Como pessoa, sou hoje muito mais madura. Aprendi a viver numa cultura completamente diferente, e consigo lidar de forma muito mais racional com as minhas emoções.

Inês Maia em destaque na Turquia
Inês Maia em destaque na TurquiaOpta by Stats Perform, @Instagram Inês Maia

- Vive numa cidade com mais de dez milhões de habitantes (Istambul), muito provavelmente com mais pessoas do que Portugal inteiro. No fundo, acredito que estar aí na Turquia também lhe permitiu conhecer-se melhor como pessoa. Sente que isso contribuiu para a tua evolução como jogadora?

Sim, sim. Quando cheguei cá, foi tudo novo: uma cultura nova, uma língua nova, costumes diferentes, além de uma equipa nova e um modelo de jogo novo. Estava num processo de absorver tudo, desde o treino à vida fora do treino, tudo era novo. Hoje em dia, sinto-me estabilizada a nível pessoal. Já não é tudo uma novidade. Já comunico, já tenho uma rotina. E vamos conhecendo outras pessoas que nos ajudam a integrar-nos cada vez mais.

Acho que, quando estamos realmente integradas num sítio, o trabalho flui de forma diferente. O nosso jogo é coletivo e, quando criamos conexões com as outras jogadoras, acabamos por nos entender melhor dentro de campo. Por isso acredito que o facto de ter ficado cá durante este período me permitiu mostrar ainda mais aquilo que sou enquanto jogadora e eles próprios reconhecem isso.

- Hoje tem um conhecimento ainda maior daquilo que é o campeonato e das equipas aí na Turquia. Que retrato faz da própria competição e dos clubes em si?

Somos muito valorizadas, tanto a nível monetário como nas condições do dia a dia. Neste momento, o Besiktas está a passar por um processo de transição de plantel: havia jogadoras que estavam aqui há muitos anos e acabaram por sair, por isso é um grupo renovado. Em termos de campeonato, o futebol turco tem evoluído. As equipas com mais poder financeiro têm investido bastante, trazendo jogadoras de maior qualidade, e isso torna inevitavelmente a liga mais atrativa.

Ainda existe algum gap entre as equipas com mais recursos e aquelas que, infelizmente, não têm essa capacidade, mas nota-se uma evolução clara.

- E como tem sido esta jornada longe de Portugal? Como tem sido esse crescimento também do ponto de vista mais pessoal?

Costumo dizer que estar longe fisicamente não é o mesmo que estar longe das pessoas. Mantenho sempre contacto com os meus amigos mais próximos e com a minha família. Falo com eles todos os dias. Vou acompanhando a Liga (portuguesa) de perto, até porque tenho várias amigas a jogar lá, e faço questão de ver os jogos e analisar, porque é o meu país. Acho que é sempre bom mantermos ligação com aquilo que é nosso, nem que seja um bocadinho.

- Já iremos falar um bocadinho sobre a Liga portuguesa, mas ainda sobre a Turquia gostava de lhe perguntar: o que é que mais a fascina na cultura turca?

A verdade é que nós, muitas vezes, temos uma ideia errada da Turquia: pensamos que é um país muçulmano, fechado, com um regime muito rígido. Mas mesmo fora de Istambul encontrei sempre pessoas muito acolhedoras. Apesar da barreira linguística, nunca senti que fosse um obstáculo. Sempre fui recebida de forma excelente, por pessoas muito educadas, que sabiam que eu tinha costumes e uma religião completamente diferentes e nunca foi um entrave.

Sentaram-se comigo à mesa, mostraram-me a cultura, a comida, a forma como cozinham, como quebram o jejum no Ramadão... Vivi tudo isso, mesmo não sendo da mesma religião, e nunca me senti excluída. As pessoas aqui são extremamente acolhedoras. E quando chegar o dia de seguir o meu caminho, o que mais vou guardar serão as pessoas que conheci.

- E no seu dia a dia, o que é que sente mais falta de Portugal?

O mar. Às vezes, aquela coisa simples de dizer “Olha, vamos só tomar um café”. Não é uma chamada, é ir mesmo ali. Sinto falta de ouvir português, de me sentar à mesa e falar na nossa língua, porque aqui passo a maior parte do tempo a falar inglês. A vida em Portugal é diferente... é a nossa casa, os nossos costumes. E, claro, faz falta chegar a casa e dar um beijinho à mãe. Às vezes é difícil estar longe, mas temos de fazer o nosso caminho. No fim do dia, sabemos que os nossos vão estar sempre connosco.

- Portanto, não se arrepende de ter aceite a saída para Istambul?

Fazia exatamente igual. Em Portugal estava na minha zona de conforto: ganhei tudo o que havia para ganhar. Comecei no Valadares, ganhei uma Supertaça; depois passei pelo SC Braga, onde conquistei tudo; e no Famalicão fizemos uma temporada incrível, que culminou com a conquista da Taça de Portugal.

Senti que estava estável profissionalmente e que era o momento certo para arriscar. E arrisquei por um país novo, mas por um clube histórico no futebol turco.

Vemos muitos jogadores portugueses a virem para o Besiktas, e eu fui a primeira jogadora portuguesa a representar o clube. Isso traz responsabilidade, claro, mas acredito que representei bem, até porque nos anos seguintes contrataram mais (risos). 

Voltaria a fazer tudo da mesma forma. E agora, se um dia voltar a Portugal ou for para outro país, já levo uma bagagem completamente diferente. Sou uma jogadora muito mais madura, com outros processos táticos e técnicos, e sem dúvida uma jogadora mais completa.

Inês Maia no treino do Besiktas
Inês Maia no treino do Besiktas@Instagram Inês Maia

"É essencial valorizarmos cada vez mais as jogadoras portuguesas"

- Falava há pouco que vai acompanhando o nosso campeonato. Notas muitas diferenças em relação a 2022/23, a sua última época em Portugal? Do que tens visto, o que é que te tem chamado mais a atenção na liga?

Tenho visto resultados surpreendentes e equipas bem construídas, bem orientadas, que conseguem impor um jogo organizado e atrativo. Dou-te alguns exemplos: este ano o Vitória SC empatou com o Sporting, o Valadares fez um excelente arranque de campeonato e o Torreense venceu a Supertaça. Teoricamente, seriam resultados inesperados, mas, se olharmos com atenção, são equipas que têm investido bem e que estão muito organizadas para competir. Na minha perspetiva, já não é um campeonato de apenas três equipas.

- E o que é que acredita que ainda falta para dar o salto definitivo, em termos de competitividade e estrutura? Ainda anda tudo à volta da questão económica e do financiamento?

Acredito que sim. E também acho que estamos a mudar a mentalidade, mas ainda não estamos onde devíamos estar. Cada vez mais pessoas veem futebol feminino e já existe um maior conhecimento sobre quem são as jogadoras, mas é um processo. Há cinco anos, ninguém imaginava que estaríamos neste ponto.

Se, nos próximos cinco, fizermos as coisas com cabeça, tronco e membros, sem dar saltos maiores do que as pernas, acredito que conseguiremos valorizar ainda mais o futebol português. Mas ainda temos de trabalhar a mentalidade global das pessoas. Ainda não é comum vermos muita gente a pagar bilhete para ver um jogo de futebol feminino, e isso seria um passo importante, porque traria receitas aos clubes e mais investimento. Além disso, é essencial valorizarmos cada vez mais as jogadoras portuguesas.

Inês Maia ainda não tem internacionalizações pela Seleção A
Inês Maia ainda não tem internacionalizações pela Seleção A@Instagram Inês Maia

"Seleção deve ser o reflexo do trabalho que fazes no clube"

- Ainda em Portugal, mas mudando o foco para a Seleção. A Inês chegou a ser convocada para a equipa principal, mas não chegou a estrear-se. Como é que este tema está resolvido na sua cabeça? 

A Seleção é um objetivo, sim, e digo isso publicamente, mas acredito que a Seleção deve ser o resultado da tua performance. Sou bastante crítica comigo própria e acho que tenho feito boas épocas, boas performances, bons números, com consistência. A decisão de ser chamada ou não, de me estrear ou não, já não depende de mim. Eu tento sempre fazer o meu trabalho da melhor forma. Acho que tenho tido um percurso muito consistente, com títulos, golos, minutos e jogos. Portanto, acredito que, se o critério for esse, talvez... (pausa) Mas pronto, há decisões que não estão nas minhas mãos.

- O que acha que tem faltado?

Acho que são escolhas. Não sei até que ponto é que há conhecimento sobre o campeonato turco. Estou num clube histórico na Turquia, tenho feito boas épocas, tal como fiz em Portugal, mas no fim são opções. Eu não jogo sozinha; há outras colegas, e há sempre um leque de jogadoras à escolha. O que depender de mim, eu faço. Claro que gostaria de estar na Seleção e trabalho para isso, porque acredito que é o ponto máximo da carreira de qualquer jogadora. Mas, para mim, a Seleção deve ser o reflexo do trabalho que fazes no clube, e é nisso que me foco.

- Olhando para a concorrência, como avalia as jogadoras portuguesas que atuam na sua posição?

Acho que estamos também a viver um período de transição. Lembro-me, por exemplo, de quando jogava com a Diana Gomes, na altura ela ainda não era titular na Seleção, porque havia a Sílvia Rebelo e a Carole. As coisas mudam, são ciclos. Gosto muito de ver jogar tanto a (Ana) Seiça como a Diana Gomes, pois são jogadoras de qualidade, e que me motivam a trabalhar ainda mais para poder, eventualmente, estar nesse leque de opções.

Inês Maia tem sido feliz no Besiktas
Inês Maia tem sido feliz no Besiktas@Instagram Inês Maia

"Eu gosto mesmo de jogar futebol"

- O futebol feminino tem lutado constantemente por reconhecimento em várias partes do mundo, não só na Turquia, não só em Portugal. Como é que olha para essa evolução? Sente que o papel das jogadoras tem mudado e melhorado? E, na sua opinião, qual deve ser o caminho a seguir?

Acredito que a visibilidade aumentou muito. Houve movimentos importantes que deram voz e espaço às mulheres, mas também houve alguns que, na minha opinião, afastaram um pouco o homem da equação.

Foram movimentos muito centrados na mulher isolada e acho que isso, quando levado ao extremo, é um erro. Há muitos homens, e tu és um exemplo disso, que gostam genuinamente do desporto e do futebol feminino, que trazem mais-valias, visibilidade e conhecimento, e que ajudam a atrair mais pessoas. Temos de perceber que há homens e mulheres a trabalhar pelo mesmo objetivo, e acredito muito nisso.

Também acredito que o crescimento deve ser sustentado. Temos assistido a um crescimento rápido e positivo, mas quando isso acontece, inevitavelmente abrem-se alguns gaps que precisam de ser analisados e trabalhados com atenção para serem minimizados.

O caso do Famalicão este ano é um exemplo disso. Numa liga que se considera semiprofissional, não pode acontecer uma situação daquelas.

Não podemos ter uma equipa que há três anos estava a ganhar uma Taça de Portugal e que agora, supostamente, ia jogar a Primeira Divisão e afinal já não vai.

Esses são problemas que, a este nível, já não deviam acontecer.

- Ainda há um longo caminho a percorrer...

Sim, acho que ainda há um longo caminho a percorrer. Devemos manter as expectativas altas, mas também realistas. Hoje estamos a falar de um campeonato que se joga em relva natural, com VAR e com algumas jogadoras profissionais. As coisas estão a crescer, mas não basta dizermos “está a crescer, está a crescer”. É preciso dar tempo para que o crescimento assente e se consolide.

Inês Maia faz uma autoavaliação ao seu percurso
Inês Maia faz uma autoavaliação ao seu percursoOpta by Stats Perform, @Instagram Inês Maia

- Com base na sua experiência, acha que é uma mais-valia sair de Portugal, conhecer outras realidades e jogar no estrangeiro?

Acho que também crescemos dentro da nossa zona de conforto, mas o crescimento é mais lento. Quando saímos dela, o crescimento, ou até o decréscimo, é mais acentuado. Acredito que temos de arriscar, medindo as consequências. Enquanto somos jovens, enquanto temos objetivos no futebol, e lembrando-nos de que também somos pessoas, é importante ponderar tudo isso. Tendo estes três parâmetros na balança, eu arrisco sempre.

Se estou bem mental e fisicamente, e sinto que atingi um patamar em que posso dizer “em Portugal já deixei a minha marca, as pessoas sabem quem sou”, então é tempo de dar o próximo passo. Mas não critico quem prefere ficar, porque há quem goste de estar na zona de conforto e consiga excelentes resultados assim.

- A Inês já superou lesões, perdas pessoais significativas e desafios profissionais muito grandes. O que é que mais a motiva a continuar todos os dias a viver esta paixão que é o futebol?

Eu gosto mesmo de jogar futebol. Acordo todos os dias para jogar futebol. Fui-me construindo também fora deste mundo: tirei uma licenciatura, inscrevi-me na Ordem dos Contabilistas, fiz outros cursos. Mas a verdade é que sou efetivamente feliz a jogar futebol.

Infelizmente, há cerca de um mês e meio, tive uma pequena lesão, torci o pé e foi uma torção um bocadinho feia, mas já estou de volta. E a verdade é que é quando não jogas que percebes realmente a importância que o futebol tem. Quando estás dentro da rotina, nem sempre te apercebes, mas quando ela te falta, sentes logo que há algo que não está bem. Hoje sinto que ainda quero jogar, que ainda gosto genuinamente de jogar futebol.

- Às vezes, quando estamos na zona de conforto, parece que perdemos um pouco o foco, mesmo que gostemos muito do que fazemos. A Inês, em Portugal, ganhou tudo. O que a motivava mais? Ir para fora foi uma necessidade de novo desafio, ou é esse prazer de jogar que continua a alimentá-la?

Sim, é esse prazer que me move. E agora tenho três portas à minha frente: continuar aqui, ir para outro país e enfrentar um novo desafio, ou voltar a casa como uma jogadora completamente diferente. Logo veremos.

Inês Maia conquistou uma Taça de Portugal ao serviço do Famalicão
Inês Maia conquistou uma Taça de Portugal ao serviço do Famalicão@Instagram Inês Maia

"Quando somos felizes, tudo se torna mais leve"

- Se aparecesse algum clube interessado na Inês, porquê que a contrataria?

Contrataria uma jogadora inteligente, que amadureceu no controlo dos tempos de jogo. Uma jogadora com boa visão, que procura muito entrelinhas e que se tornou mais agressiva. Como pessoa, estou mais madura e consistente. Acredito que elevei ainda mais a consistência que já tinha em Portugal. E basicamente é isso. Costumo dizer que os números e as estatísticas falam por si: tenho feito golos, bons minutos, jogos completos e em bom ritmo. Acho que tenho feito um bom trabalho.

- E como encara o seu futuro?

Tranquila. Sabes, foco-me sempre naquilo que consigo controlar. O futuro não se controla. Por isso, concentro-me no dia de hoje, trabalho no dia de hoje e dou o meu melhor. O futuro logo se verá, mas tento sempre preparar-me o melhor possível para qualquer cenário.

- De forma a condicionar esse futuro, nem falo em sonhos, mas em objetivos. Falámos há pouco da Seleção, que acredito que continue a ser um deles. Que outros objetivos tem? Há alguma lista de coisas que gostaria de conquistar?

Acima de tudo, reconhecimento. Acredito, como pessoa e como jogadora, que independentemente de onde esteja, o mais importante é ser reconhecida.

No futuro, quero ser lembrada como uma boa jogadora, mas ainda mais como uma boa pessoa.

- Inês, gostava de terminar esta entrevista como terminámos há dois anos. Na altura perguntei-lhe: “que conselho daria à Inês de seis anos?”. Agora, perante tudo o que já fez, o que conquistou e o reconhecimento que tem conseguido, tanto em Portugal como fora, o que é que dirias a essa Inês de seis anos?

Acredita em ti. Acredita em ti e sê feliz. Faz o que gostas, porque quando somos felizes, tudo se torna mais leve.

- E se o futebol fosse uma pessoa, o que é que lhe diria hoje?

Obrigada por todas as lições que me ensinaste para a vida. E espero que ainda tenhamos muitas aventuras pela frente.