Inter de Milão
Apesar da temporada não ter começado da melhor forma para o conjunto transalpino, que somou cinco derrotas nos primeiros 10 jogos, a paragem para a realização do Mundial-2022 parece ter feito bem à equipa de Simone Inzaghi. Em 2023, o Inter soma oito vitórias, só perdeu por uma vez e está isolado no segundo lugar da Serie A, apesar da distância para o topo ser considerável (15 pontos), tendo ainda conquistado a Supertaça italiana.
No que toca à Liga dos Campeões, os nerazurri competiram no Grupo C, juntamente com os gigantes Bayern de Munique e Barcelona, além do Plzen. Os italianos começaram e acabaram a campanha da mesma forma, a perder com os bávaros, mas os dois triunfos diante dos checos e a vitória frente aos blaugranas em Milão acabaram por ditar a passagem à fase a eliminar, relegando os culés para a Liga Europa.

Olhando ao Inter de Milão de Simone Inzaghi, que está no cargo desde o início da temporada passada, falamos de uma das equipas com o futebol mais atrativo da Europa e que, em 2022/2023, esteve perto de fazer uma "gracinha" em Anfield (vitória por 1-0), diante do Liverpool.
Com um estilo de jogo versátil, bem definido e assente num 3-5-2, o defesa-central do lado esquerdo (Bastoni) costuma de abrir no flanco quando a equipa tem a bola, permitindo a subida do ala e a reorganização em 2-3-3-2. Deste modo, a equipa garante superioridade numérica nas extremidades do terreno de jogo e consegue contrariar a pressão do adversário.
Outra das nuances ofensivas da equipa de Inzaghi é a preferência pelo jogo exterior em detrimento do corredor central, com um dos avançados e dos médios interiores a terem grande preponderância neste momento do jogo, dado que se deslocam em apoio para o lado da bola e ajudam a equipa a ter superioridade.

Nesta estrutura ofensiva, a filosofia de Inzaghi é o "futebol total", com a equipa a apresentar uma grande mobilidade no ataque e todos os jogadores a serem capazes de ocupar qualquer função no terreno de jogo. Assim, torna-se difícil obter referências dentro do esquema do Inter de Milão e as marcações são uma tarefa difícil para os adversários. No último terço, o Inter apresenta um futebol direto e vertical, aproveitando o espaço nas costas da linha defensiva e a sobreposição de espaços dos seus alas. Lukaku e Lautaro Martinez são bastante fortes neste momento.

"Intensidade" é a palavra que melhor descreve os nerazurri e o treinador italiano, que prefere dominar e destruir o adversário, ao invés de "apenas" controlar o jogo. Ainda assim, tudo tem um preço e numa prova como a Liga dos Campeões, as equipas raramente costumam desperdiçar as oportunidades. Este futebol obriga a que o Inter corra o risco de expor a defesa e, perante um FC Porto que é bastante forte a aproveitar os espaços, a tarefa pode complicar-se.
XI provável: Onana; Skriniar, Acerbi, Bastoni; Darmian, Barella, Brozovic, Mkhitaryan, Dimarco; Lautaro e Lukaku.

FC Porto
À semelhança do rival italiano, a época não começou da melhor forma, mas atualmente está a correr bem para os lados da Invicta. Apesar do FC Porto também se encontrar no segundo lugar do campeonato e, até ao momento, arredado do grande objetivo da temporada, existe uma (grande) diferença quando olhamos para a equipa de Milão: os portistas são os atuais detentores de todas as provas nacionais e estão a cinco pontos do rival Benfica.

Os azuis e brancos têm sido assolados pelas lesões nos últimos tempos e, para o jogo desta quarta-feira, uma coisa é certa: a equipa não se vai apresentar na máxima força. Ainda assim, a importância de cada jogador no plantel de Sérgio Conceição é bastante relevante, pelo que podemos esperar um FC Porto bem à sua imagem, jogue quem jogar.
O estilo de jogo do treinador centra-se no tradicional com 4-4-2, com os laterais bem abertos e os médios a jogarem no apoio quando a equipa tem a bola. Taremi é o joker desta equipa e, quando joga acompanhado na frente de ataque (não é certo que isso aconteça em Milão), apresenta-se como um falso 9, ligando o jogo da equipa.
O médio interior do lado direito (Otávio, se recuperar, ou André Franco) coloca-se por dentro, permitindo que o lateral (João Mário) aproveite a largura e a profundidade. Em sentido inverso, o ala do lado esquerdo (Pepê ou Galeno) mantém-se aberto e cria dificuldades no jogo exterior. Deste modo, o FC Porto chega à área adversária com quatro/cinco jogadores e consegue criar bastante perigo.

Outro dos pontos fortes é a pressão alta que o FC Porto coloca sobre os seus adversário, bem à imagem do estilo de Sérgio Conceição. Sem bola, a equipa é bastante intensa e agressiva, e tenta conquistar a posse em qualquer zona do terreno de jogo. Ainda assim, perante um adversário como o Inter, perspetiva-se que os dragões sejam mais contidos nesta fase do jogo.
O jogo ofensivo do Inter pode criar bastantes dificuldades aos dragões, dado que a grande mobilidade dos italianos pode abrir espaços na defesa azul e branca. A forte pressão dos nerazurri é outro dos fatores a que o FC Porto tem de estar atento, não só para não sofrer golos, mas também para aproveitar o espaço para chegar com perigo à baliza adversária.
XI provável: Diogo Costa; João Mário, Pepe, Marcano, Wendell; Grujic, Eustáquio, André Franco, Pepê; Taremi e Toni Martínez.