“Todos demos tudo hoje para conseguir o segundo lugar. É muito importante para Portugal, é muito importante para nós. Eu acho que estamos a caminho da grande geração de ouro do atletismo português no meio-fundo. É só a minha opinião, os velhos do Restelo que me desculpem”, afirmou o campeão do mundo dos 1.500 metros.
Portugal sagrou-se vice-campeão da Europa de estafetas mistas de corta-mato, em Lagoa, onde a Itália revalidou o título continental, que conquistou pela terceira vez.
Isaac Nader assumiu o último percurso, levando o conjunto luso do quinto ao segundo posto, em 17.16 minutos, a quatro segundos dos transalpinos (17.12 minutos), enquanto o Reino Unido terminou no terceiro posto (17.17).
“Tivemos grandes atletas no passado, grandes nomes, mas eu acho que também têm de contar connosco. Estamos a mostrar que o meio-fundo e o fundo estão a voltar em grande força. Os portugueses têm de começar a pensar em grande e não ter medo de falhar. O grande problema das pessoas que pensam grande no nosso país é que são muito criticadas”, afirmou Nader.
O atleta natural de Faro elogiou a prestação “muito forte” da equipa portuguesa, em que todos deram o seu melhor: “No final, correm quatro, não corre um, e estamos muito contentes. Se pudéssemos chegar um bocadinho mais à frente, eu acredito que teríamos vencido, mas nunca vamos saber, o que importa é que somos segundos”.
A estafeta nacional contou ainda com Salomé Afonso, vice-campeã europeia indoor dos 1.500 metros e bronze nos 3.000, Rodrigo Lima e Patrícia Silva, bronze nos 800 em pista curta em Apeldoorn2025.
Patrícia Silva, a primeira corredora em pista, confessou a ansiedade e nervosismo dos atletas lusos, pelo “peso de ser uma corrida em Portugal e de ser uma prova por equipas”.
“Dei o meu melhor, se calhar não foi o que eu ambicionava, mas foi o possível, e o que importa é que, no fim, conseguimos chegar ao segundo lugar”, afirmou.
Rodrigo Lima assumiu a estafeta com o objetivo de “manter ou ganhar mais posições” e foi sempre ganhando “metro a metro”, porque “sabia que cada metro que ganhasse contava”, declarou.
Salomé Afonso elogiou o desempenho da equipa portuguesa, sublinhando que “cada esforço, independentemente da posição em cada um se encontra no momento, vale imenso a pena no resultado final”.
“O segundo lugar não vem só do Isaac, só da Salomé, só da Patrícia, só do Rodrigo, vem de todos. A verdade é que temos aqui cinco medalhas internacionais, e não é por acaso, é um trabalho que é feito durante anos e anos”, acrescentou.
A estafeta nacional estreou a presença lusa no medalheiro desta prova, disputada apenas desde 2017, aumentando para 60 os metais portugueses em 31 edições dos Europeus de crosse.
