O atleta norueguês, de 24 anos, regressou na véspera do Campeonato Mundial de Atletismo em Nanjing, na China, onde conquistou duas novas medalhas de ouro, e depôs contra o pai e o antigo treinador no tribunal de Sandnes (sudoeste).
"A minha infância foi em grande parte marcada pelo medo", afirmou em declarações ao jornal Verdens Gang (VG).
"Sentia que não tinha liberdade de escolha e que não tinha voz ativa. Estava num ambiente em que tudo era controlado e decidido por ele. Havia muita manipulação", acrescentou.
O bicampeão olímpico explicou em particular como, quando era estudante, não podia ir a festas com as outras crianças e como, quando era adolescente, tinha de treinar duas ou três vezes por dia sob a batuta do pai.
Gjert Ingebrigtsen, 59 anos, está a ser julgado desde segunda-feira por violência física e psicológica contra dois dos seus sete filhos, Jakob e a sua irmã Ingrid (18 anos), durante um período total de 14 anos, de 2008 a 2022.
O arguido contesta a acusação, que pode levar a uma pena de prisão até seis anos, se for considerado culpado.
Jakob Ingebrigtsen e dois dos seus irmãos, que também são atletas, Henrik e Filip, chocaram a Noruega em outubro de 2023, ao acusarem publicamente o pai num artigo de imprensa.
A polícia abriu um inquérito que incluiu todos os irmãos, mas apenas as alegações relativas a Jakob e Ingrid foram mantidas, tendo as outras sido arquivadas por falta de provas ou por prescrição.