A declaração foi feita na sede da Mutual Uruguaya de Futbolistas Profesionales (MUFP, sindicato dos jogadores), em Montevidéu.
"Exigimos igualdade de oportunidades e acesso a instalações, recursos e apoio financeiro adequados", disse Graciana Ravelo, jogadora de futebol e advogada, ao dar a conhecer as exigências.
"As diferenças de género não podem continuar a ditar o acesso e o desenvolvimento do nosso futebol", afirmou.
As jogadoras apelaram à Associação Uruguaia de Futebol (AUF), o órgão máximo do futebol no Uruguai, bem como aos clubes e patrocinadores para que "invistam no futebol feminino".

"Não vamos continuar a tolerar que se treine em condições deploráveis, nem em praças públicas, nem em canteiros; que se utilizem balneários sem as mínimas condições de infraestruturas e higiene; que nos forneçam roupas que são descartadas do jogo masculino; que tenhamos de pagar para jogar, pagando o nosso transporte e, em alguns casos, até os directores técnicos e o vestuário; (nem) que os clubes não paguem as despesas médicas em caso de lesão", disse Ravelo.
"Não permitiremos mais planos de curto prazo, improvisados e sem uma visão real do futuro", rematou.
Katia Gómez, jogadora do Peñarol, reconheceu que "a luta não vai ser fácil" e que será preciso "diálogo".
"Esperamos que as novas gerações possam desfrutar de um futebol muito mais profissional e com melhores condições", disse ela.
Fundada em 1946, a MUFP tem por objetivo proteger os direitos dos futebolistas profissionais. A secção de futebol feminino foi inaugurada em 2021 e inclui atualmente cerca de 600 jogadoras, disse um porta-voz da MUFP.
O futebol feminino federado é praticado no Uruguai há cerca de três décadas. Para além das equipas seniores, sub-20 e sub-17, cerca de 20 clubes uruguaios têm equipas de futebol feminino em diferentes níveis.