Marcados para 6 a 22 de fevereiro, os Jogos de Inverno de 2026 realizam-se em Itália pela terceira vez e, pela primeira vez desde os Jogos de Turim em 2006, regressam à Europa Ocidental.
A cerimónia da chama olímpica costuma decorrer nas ruínas do Templo de Hera, com 2.600 anos, junto ao estádio onde nasceram os Jogos Olímpicos em 776 a.C.
No entanto, a previsão de chuva impede que os raios solares possam acender o espelho parabólico utilizado pelas atrizes vestidas como antigas sacerdotisas.
Assim, os organizadores transferiram a cerimónia para o museu arqueológico de Olímpia, onde se encontra uma das esculturas clássicas mais célebres da Grécia, Hermes com o Menino Dionísio, de Praxíteles.
Será utilizada, na quarta-feira, uma chama acesa na segunda-feira, durante um ensaio ao ar livre sob o sol.
Também a cerimónia dos Jogos Olímpicos de Paris, em abril de 2024, recorreu a uma chama de reserva proveniente de um ensaio.
A nova presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Kirsty Coventry, eleita em março, estará presente pela primeira vez como líder da organização neste ritual.
O medalhado de bronze do remo da Grécia nos Jogos de Paris-2024, Petros Gaidatzis, foi escolhido para ser o primeiro portador da tocha e dar início ao percurso grego do revezamento da chama olímpica.
Viagem a Pompeia
A escolha inicial, o esquiador greco-americano AJ Ginnis, lesionou-se durante um treino na semana passada.
Segundo os organizadores, a antiga campeã italiana de esqui de fundo Stefania Belmondo e a lenda do luge Armin Zoeggeler estarão entre os primeiros a transportar a tocha no percurso grego do revezamento.
Após a cerimónia de entrega marcada para 4 de dezembro no Estádio Panatenaico, em Atenas, onde os primeiros Jogos Olímpicos modernos foram retomados em 1896, a chama segue para Roma, iniciando um percurso de 63 dias e 12.000 quilómetros pelas principais cidades italianas e pelo sítio arqueológico de Pompeia.
Os Jogos Paralímpicos de Inverno decorrerão de 6 a 15 de março.
As provas vão abranger uma vasta região, desde Milão até às montanhas Dolomitas, no nordeste de Itália.
As modalidades de gelo terão lugar em Milão, enquanto Bormio e Cortina recebem as provas de esqui alpino.
Nos Dolomitas, o biatlo será disputado em Anterselva e o esqui nórdico em Val di Fiemme, com Livigno, nos Alpes italianos, a acolher o snowboard e o esqui freestyle.
Apesar de as provas ao ar livre se realizarem a altitudes suficientemente elevadas, os organizadores dos Jogos de Milão-Cortina estão a acumular neve artificial, por precaução.
O comité organizador de 2026 anunciou que pretende produzir 2,4 milhões de metros cúbicos de neve artificial, o que exigirá 948.000 metros cúbicos de água.
Itália é o país europeu que mais recorre à neve artificial, com mais de 90 por cento das pistas de esqui italianas a utilizarem sistemas de produção de neve, segundo um relatório de abril do grupo ambientalista italiano Legambiente.
De acordo com um estudo publicado em dezembro de 2024 no International Journal of Climatology, a cobertura de neve nos Alpes italianos diminuiu para metade nos últimos 100 anos.
