Após os normais reajustes de programa, o conselho executivo do COI decidiu que vai haver 5.333 mulheres (50,7%) em competição e 5.167 homens (49,3%), uma diferença de 166, num total de 351 eventos com medalhas, mais 22 do que em Paris-2024 (329).
“Estas decisões foram baseadas em números. Desde a procura de bilhetes e audiências das transmissões televisivas nos últimos Jogos, a cobertura dos Media, a crescente popularidade do desporto feminino, cuja promoção é uma das apostas do COI”, explicou um porta-voz do COI.
Novidade é o facto de todas as modalidades coletivas passarem a ter pelo menos o mesmo número de equipas femininas e masculinas, o que levou, por exemplo, o polo aquático a acrescentar duas formações de mulheres, totalizando agora 12 de cada sexo.
A maior revolução verificou-se no futebol, no qual vai haver 16 formações de mulheres e 12 de homens, números invertidos em relação a Paris-2024. As equipas femininas apresentam-se com as melhores jogadoras, enquanto no masculino isso não acontece.
O programa vai ser composto por 31 modalidades desportivas, mais cinco sugeridas pela organização local, e aceites pelo COI, que vai alocar 698 lugares para o basebol/softbol, críquete, flag football (futebol americano), lacrosse e squash.
Estas modalidades adicionais incluem 322 atletas do sexo feminino e 376 do masculino.
De igual forma, foram reforçadas as provas mistas, passando de 19 para 25, enquanto 161 são femininos e 165 masculinos.
As novidades nas competições mistas verificam-se no tiro com arco, no atletismo (4x100 metros), golfe, ginástica, remo costeiro e ténis de mesa.
A estreia do remo costeiro vai implicar equipas individuais de cada género e uma mista, enquanto no boxe vai haver uma categoria de peso adicional nas mulheres.
Na escalada, os desafios de boulder e lead passam a ser competições separadas.
No basquetebol 3x3, estreado em Tóquio-2020, vai haver uma expansão de quatro equipas de cada sexo, passando ambos de oito a 12.
“O programa da LA28 foi desenvolvido com base nos pedidos das federações desportivas internacionais ao COI. A decisão do CE seguiu a recomendação da Comissão do Programa Olímpico e os princípios aprovados em 2023, que exigem Jogos igualitários em género, apelativos globalmente, conscientes de custos e complexidade, e centrados nos atletas”, esclareceu o COI.
Neste processo, foi revelado que 24 das 31 federações internacionais olímpicas solicitaram alterações ao seu programa de competição em relação a Paris-2024, sendo que no total foram pedidos 46 novos eventos (16 masculinos, 17 femininos e 13 mistos), seis dos quais para substituir existentes, totalizando assim 40 adicionais.
Foram ainda solicitados 772 lugares extras ao contingente inicial de 10.500 atletas, nomeadamente 339 masculinos e 433 femininos.
Confrontado sobre o possível impacto negativo da guerra comercial declarada pelos Estados Unidos ao resto do Mundo, o porta-voz do COI assumiu que o tema passou ao lado da reunião, contudo revelou a vontade do organismo em “adaptar-se às circunstâncias locais”, convicto de que serão encontradas “boas soluções” entre o comité organizador e o governo em Washington.
“Não se discutiu esse ponto. Mas não podemos especular nesta fase. O movimento desportivo sempre enfrentou desafios... e sempre se adaptou. Temos de estar confiantes”, referiu o representante.
De igual modo, o COI não se quis pronunciar quanto à questão dos vistos de entrada no país, processo que as autoridades norte-americanas têm, assumidamente, dificultado cada vez mais.
Esta foi a primeira reunião do comité executivo do COI liderada pela nova presidente, Kirsty Coventry, a primeira mulher a liderar o organismo em 131 anos da sua história.