O julgamento sobre a morte de Diego Armando Maradona corre o risco de ser anulado "in toto" depois de terem sido descobertas imagens que confirmariam a existência de um alegado acordo entre um dos três juízes que supervisionam o julgamento e uma produtora cinematográfica para a realização de um documentário.
Fontes citadas pela imprensa argentina falam hoje de "provas irrefutáveis" que implicariam a juíza Julieta Makintach, após buscas efetuadas por ordem da justiça na sequência da queixa apresentada pelos advogados das filhas de Maradona, Dalma e Gianinna.
A ordem de busca dos magistrados refere que "se verificou que a juíza colaborou com um projeto audiovisual que poderia resultar em ganhos milionários".
O julgamento está a atravessar o terceiro dia de suspensão das audiências, uma decisão tomada precisamente para averiguar a veracidade das acusações sobre a realização do documentário. Um caso, este último, que ofuscou o julgamento propriamente dito, durante o qual foram reveladas graves responsabilidades da equipa médica que tratou Maradona, após a delicada operação à cabeça, para remover um hematoma intracraniano.
Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, de um edema pulmonar agudo, devido a uma insuficiência cardíaca, quando se encontrava numa residência em Tigre, praticamente isolado da sua família.
Oito membros da equipa médica são acusados no processo, incluindo o neurocirurgião Leopoldo Luque.