Mais

Justiça brasileira iliba todos os acusados do incêndio que matou 10 jovens do Flamengo

Incidente aconteceu em 2019
Incidente aconteceu em 2019MAURO PIMENTEL / AFP

Um tribunal do estado do Rio de Janeiro absolveu os últimos arguidos acusados de responsabilidade num incêndio em 2019 que matou 10 jovens jogadores num dormitório do centro de treinos do clube de futebol Flamengo.

As 10 vítimas tinham entre 14 e 16 anos e encontravam-se a dormir numa estrutura provisória feita de contentores quando o incêndio deflagrou.

As investigações apontam que o fogo poderá ter sido provocado por um curto-circuito num aparelho de ar condicionado que permanecia ligado 24 horas por dia no Ninho do Urubu, nome do centro de treinos do mais popular clube brasileiro.

De acordo com o juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36.ª Vara Criminal, citado pela imprensa local, há "dúvidas incontornáveis quanto à origem da ignição e da ausência de prova inconteste de qualquer conduta culposa individualizável", pelo que considerou as provas “insuficientes”.

Onze pessoas foram inicialmente acusadas em 2021, mas as acusações mantiveram-se apenas contra os sete que foram absolvidos na terça-feira.

As acusações contra as outras quatro pessoas foram arquivadas em fases anteriores do processo.

A responsabilidade criminal de Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, que era presidente do clube na altura, foi extinta devido à prescrição do prazo legal.

Em nota, a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu manifestou o “seu profundo e irrevogável protesto diante da decisão proferida”.

“A absolvição dos acusados, sob o argumento de que não se conseguiu individualizar condutas técnicas ou provar nexo causal penalmente relevante, renova em nós o sentimento de impunidade e fragiliza o mecanismo de proteção à vida e à segurança dos menores em entidades desportivas, formativas ou assistenciais no país”, acrescentou.

O Clube de Regatas do Flamengo ainda não teceu qualquer comentário sobre a decisão do tribunal.