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Justiça francesa arquiva investigação sobre alegada espionagem a Platini pelo Catar

Michel Platini num evento da Juventus em outubro de 2023.
Michel Platini num evento da Juventus em outubro de 2023.AFP

A justiça francesa arquivou uma investigação aberta em novembro de 2022 sobre a alegada espionagem ao ex-presidente da UEFA, Michel Platini (68 anos), pelo Catar, informou sexta-feira o Ministério Público de Paris.

A investigação, aberta por "violação de um sistema automatizado de dados" e "sigilo de correspondência", foi encerrada porque "as infrações não puderam ser suficientemente definidas", disse o Ministério Público.

De acordo com o Le Monde, que revelou a informação, o caso foi encerrado a 12 de janeiro.

A investigação começou depois de o jornal britânico Sunday Times ter revelado que Platini foi espiado em maio de 2019, pouco antes da sua detenção provisória por suspeitas de corrupção no processo de atribuição do Mundial ao Catar, um caso pelo qual ainda não foi acusado.

Esta antiga estrela do futebol francês, que mais tarde se tornou dirigente desportivo, denunciou-o e foi interrogado em 4 de janeiro de 2023 como testemunha.

Dois outros inquéritos sobre alegada espionagem por parte do Catar continuam em aberto.

Num deles, a senadora centrista Nathalie Goulet denunciou que recebeu um telefonema de um "homem que se apresentou como investigador, mas sem se identificar" e que sabia a sua palavra-passe do Gmail.

A senadora relacionou a pirataria com o seu trabalho sobre o islamismo radical e os seus votos contra as convenções assinadas pela França e pelo Catar, incluindo uma sobre a cooperação em matéria de segurança durante o Mundial 2022.

A terceira investigação foi aberta na sequência de uma queixa apresentada pelo site de notícias Mediapart e pelo seu jornalista Yann Philippin, autor de várias investigações sobre o Catar, que alegou ter sido vítima de várias tentativas de burla na Internet desde janeiro de 2020.

De acordo com a investigação do Sunday Times, cerca de cinquenta personalidades, incluindo jornalistas e advogados, foram vítimas de ataques informáticos para proteger a reputação do Catar.