Kathrine Switzer, a mulher que correu pela igualdade num mundo de homens

Kathrine Switzer fez história no desporto.
Kathrine Switzer fez história no desporto.DON EMMERT / AFP

O seu nome faz parte da história do desporto por ter sido a primeira mulher a participar oficialmente numa maratona... quando esta era proibida para as mulheres.

Kathrine Switzer mudou o mundo a 19 de abril de 1967, quando decidiu correr a Maratona de Boston. Nessa altura, os tempos eram muito diferentes: não era um evento de massas como é hoje, com dezenas de milhares de corredores inscritos e até alguma filtragem em termos de marcas, nem estava aberto a todos. No entanto, a alemã, que é escritora e já deu inúmeras palestras, decidiu quebrar as regras.

Há uma imagem para recordar: um dos diretores da prova tenta expulsá-la violentamente, um momento que foi captado pelos fotógrafos, e Switzer consegue libertar-se para completar os 42 quilómetros e 195 metros. Para além desta imagem memorável, é de salientar que venceu a prestigiada prova de Nova Iorque sete anos mais tarde, em 1974, e a sua presença elevou o nível do atletismo na década de 1970.

Além disso, o seu ativismo levou-a a promover uma série de eventos exclusivos para mulheres em todo o mundo e foi também uma das pessoas que mais trabalhou para que o COI incluísse a versão feminina da maratona nos Jogos (o que foi conseguido em 1984). Como se isso não bastasse, criou também a 261 Fearless, uma fundação dedicada a dar oportunidades às mulheres em todos os domínios, tal como ela própria fez - quase sem o saber - naquele dia de primavera.

A escolha do número que dá nome à referida associação não é uma coincidência: era o número que ela usava na altura e que é perfeitamente visível nas fotografias desse momento. Para falar de tudo isto, e sobretudo para explicar como viveu o que aconteceu há mais de meio século, Kathrine escreveu um livro ("Marathon Woman: A Race to Revolutionise Women's Sport") que foi publicado em março de 2009.


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