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Kheira Hamraoui, ex-jogadora do PSG, apresenta queixa contra o clube por assédio moral

Kheira Hamraoui em abril de 2024.
Kheira Hamraoui em abril de 2024.JULIEN DE ROSA/AFP

A antiga jogadora do Paris Saint-Germain (PSG), Kheira Hamraoui, apresentou na segunda-feira uma queixa contra o clube, que acusa de assédio moral, informou na quinta-feira o Ministério Público (MP) de Paris, confirmando uma notícia do Le Monde. O MP informou que está atualmente a analisar a queixa para decidir que medidas tomar.

Kheira Hamraoui foi agredida em 4 de novembro de 2021, tendo a justiça suspeitado que o incidente surgiu devido a uma rivalidade com a companheira de equipa Aminata Diallo. As investigações conduzidas em Versalhes sobre o seu ataque foram encerradas em 31 de janeiro, com sete pessoas sob investigação, incluindo Diallo.

Kheira Hamraoui, que jogava como média, acusa o clube de a ter posto de parte após a convalescença, o que interpreta como uma tentativa de a forçar a deixar o clube, como noticiou o Le Monde e foi confirmado por uma fonte próxima do caso.

Entretanto, Kheira Hamraoui, que deixou o PSG em junho de 2023 e joga atualmente no Al-Shabab, na Arábia Saudita, levou o seu caso ao tribunal do trabalho. Contactada, recusou-se a comentar o assunto.

"Ao apresentar esta queixa por assédio, a minha cliente quis denunciar os métodos do PSG a que foi sujeita quando, por razões muito distantes do seu valor em campo, foi deixada de fora da equipa", explicou o seu advogado Pascal Garbarini.

"As futebolistas não são objetos que podem ser levados ou descartados ao sabor de decisões de gestão puramente oportunistas. É tempo de pôr termo a estes abusos e de os punir penalmente. A gestão humana de uma jogadora pelo seu clube é tão importante como as suas qualidades desportivas", insistiu.

O PSG e o seu advogado, Antoine Maisonneuve, não quiseram comentar. O clube é ainda alvo de outras acusações. Kylian Mbappé, agora avançado do Real Madrid, também apresentou uma queixa contra uma figura anónima por insultos públicos, visando publicações nas redes sociais que suspeita terem sido patrocinadas pelo PSG.

E juntou-se a uma queixa mais alargada do sindicato dos jogadores franceses (UNFP) sobre a prática recorrente entre os clubes de "lofting" - uma forma de reclusão. Estes inquéritos foram confiados à Brigada de Repressão dos Crimes contra as Pessoas (BRDP) da Polícia Judiciária francesa.