Em março, Sinner testou duas vezes positivo para o esteroide proibido clostebol. No entanto, a Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA) aceitou o seu argumento de que o esteroide entrou no seu sistema devido à contaminação do seu fisioterapeuta e optou por não o suspender.
A Agência Mundial Antidopagem (WADA) recorreu posteriormente da decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto, aguardando-se o veredito.
Kyrgios tem sido crítico em relação à decisão da ITIA no passado e não se conteve numa conferência de imprensa antes do seu regresso no Brisbane International, após uma paragem de 18 meses por lesão.
"A integridade do ténis neste momento, e todos sabem disso, mas ninguém quer falar sobre isso - é horrível", disse o australiano.
"É realmente horrível e não está certo. Sei que as pessoas não gostam que eu fale sobre as coisas, que seja honesto. Para um miúdo que cresceu a jogar ténis, gostei da competição, gostei de jogar. Posso ficar emocionado, posso atirar uma raquete, mas isso não é nada comparado com fazer batota e tomar drogas para melhorar o desempenho".
"É nojento"
Questionado sobre se estava a acusar Sinner de fazer batota, Kyrgios disse aos jornalistas para analisarem os factos.
"Ele também falhou dois testes de doping em alturas diferentes", disse Kyrgios.
"Não foi um a seguir ao outro - foram em períodos de tempo diferentes, por isso, se acham que foi assim que entrou no sistema dele, se acham que foi assim que aconteceu, então... Mas, se ele não fez nada de errado, porque é que lhe retiraram o prémio monetário e os pontos? É óbvio que encontraram algo de errado".
Com a antiga número um do mundo feminino Iga Swiatek também suspensa por uma violação de doping em 2024, Kyrgios disse que a imagem do desporto estava a ser manchada.
"Penso que a situação tem sido tratada de forma horrível no nosso desporto", afirmou.
A ITIA aceitou que a violação de Swiatek não foi intencional e a tenista recebeu apenas uma proibição de um mês.
"Dois números um do mundo a serem punidos por doping é nojento para o nosso desporto. É um aspeto horrível", atirou Kyrgios, que está afastado do desporto desde que sofreu lesões no joelho e no pulso no Open dos Estados Unidos de 2022.
Kyrgios fez uma reconstrução do pulso e disse que, embora tenha sido um sucesso, não tinha certeza de como o pulso iria lidar com o regresso à competição.
"Não vou tomar nada como garantido. Vou lá para fora e jogar. Vai ser, literalmente, uma lesão sintomática que vai ser tratada dia após dia. Se eu jogar uma partida longa, se fizer um bom trabalho, quem sabe como vai ser no dia seguinte. É esse o tipo de lesão", explicou.
O regresso de Kyrgios começa contra a estrela francesa em ascensão Giovanni Mpetshi Perricard.