Liga: Benfica foi esmagador até ao Mundial-2022 e vira na frente

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Liga: Benfica foi esmagador até ao Mundial-2022 e vira na frente
O Benfica venceu 14 dos 17 jogos disputados na primeira volta
O Benfica venceu 14 dos 17 jogos disputados na primeira voltaSL Benfica
O Benfica, sobretudo pela forma "esmagadora" como jogou até à interrupção para o Mundial-2022, dominou de forma incontestável a primeira volta da edição 2022/2023 da Liga portuguesa de futebol.

No primeiro ano sob o comando do alemão Roger Schmidt, que veio do PSV Eindhoven para se tornar o primeiro estrangeiro na Luz desde Quique Flores (2008/09), os encarnados chegam a meio quatro pontos à frente do Sporting de Braga e cinco do campeão FC Porto, com o Sporting já muito longe, a 12.

Os encarnados dominaram claramente até à interrupção, com 12 vitórias em 13 jogos – só deixaram pontos em Guimarães (0-0) –, num período em que também não perderam nas outras provas, destacando-se os dois triunfos sobre a Juventus e os dois empates com o Paris Saint-Germain, e tiveram como ponto alto o triunfo no Dragão (1-0, com um tento de Rafa), à 10.ª jornada.

Roger Schmidt apostou, desde início, num onze e pouco lhe mexeu – a equipa base é a do primeiro jogo oficial, em 02 de agosto, com Bah em vez de Gilberto e o miúdo António Silva no lugar que Morato perdeu devido a lesão -, num 4-2-3-1 com grande mobilidade, dinâmico e sempre virado para a frente.

A interrupção para a prova conquistado pela Argentina de Otamendi e Enzo Fernández foi o pior que aconteceu ao Benfica, que, no pós Catar-2022, só venceu um dos primeiros três jogos (0-3 em Braga, 1-0 ao Portimonense e 2-2 com o Sporting).

No adeus à primeira volta, as águias, com um convicente 3-0 nos Açores, mostraram, porém, estar a voltar ao que exibiram antes do Mundial, já com um toque de um reforço que se prevê possa a vir ser muito importante, o regressado Gonçalo Guedes.

Os encarnados confirmaram a declarada aposta desportiva também na contratação dos jovens nórdicos Casper Tengstedt e Andreas Schjelderup, sem esquecer os milhões recusados para segurar Enzo, uma das estrelas da primeira volta. O argentino, eleito melhor jogador jovem do Mundial, partilhou os holofotes com Gonçalo Ramos, que acabou a primeira volta à frente da lista dos marcadores, com 12 tentos, sem apontar penáltis, o endiabrado Rafa e a revelação António Silva.

Gonçalo Ramos tem sido uma das grandes figuras dos encarnados
Gonçalo Ramos tem sido uma das grandes figuras dos encarnadosSL Benfica

Num conjunto muito pautado pelo onze base, também estiveram a grande nível Otamendi, Grimaldo, João Mário, o regressado Florentino e o totalista Vlachodimos, com Bah, Aursnes e David Neres a revelarem-se importantes reforços.

Para já, o principal perseguidor do Benfica é o Sporting de Braga, precisamente a única equipa que bateu os encarnados, por "descarados" 3-0, na 14.ª jornada, a primeira pós Mundial-2022.

Com Artur Jorge, pela primeira vez ao leme no arranque da temporada, os arsenalistas começaram (seis vitórias nas primeiras sete jornadas) e acabaram (cinco triunfos) muito bem, oscilando a meio, com três derrotas em cinco jogos, duas deles em casa, com Desportivo de Chaves e Casa Pia.

Feitas as contas (40 pontos), o Sporting de Braga é o segundo, apoiado num futebol ofensivo, com muitas soluções, liderado pelo capitão Ricardo Horta (oito golos) - que quase rumou ao Benfica -, a par de Al Musrati, André Horta ou Iuri Medeiros, mais a consistência de Matheus, Tormena e Sequeira.

Com a melhor prestação desde 2009/10 – quando tinha 42 pontos à 17.ª ronda e acabou vice-campeão, a cinco pontos do campeão Benfica -, os arsenalistas podem sonhar com o primeiro título e terceiro de um "pequeno", depois das façanhas únicas do Belenenses (1945/1946) e Boavista (2000/2001).

Ricardo Horta tem estado em evidência
Ricardo Horta tem estado em evidênciaSC Braga

O segredo será não ter mais quebras, sendo que o problema não é apenas o Benfica, já que, apenas um ponto atrás, está o campeão FC Porto, que caiu muito em relação há um ano (menos oito pontos), mas está claramente na corrida ao bi.

Os comandados de Sérgio Conceição venceram com grande clareza Sporting de Braga (4-1) e Sporting (3-0), num Dragão onde só caíram face ao Benfica – cedo reduzidos a 10 -, mas estiveram muito irregulares fora, perdendo pontos face a Rio Ave (1-3), Estoril Praia (1-1), Santa Clara (1-1) e Casa Pia (0-0).

O iraniano Taremi, autor de 10 golos, voltou a ser a principal figura dos dragões, nos quais também foram esteios Diogo Costa, Uribe, o capitão Otávio e Pepê, com Galeno, que começou como suplente, a assumir cada vez mais preponderância.

As contas do título fecham no pódio, já que, abaixo, em quarto, o Sporting segue a 12 pontos do Benfica, oito do Sporting de Braga e sete do FC Porto, e tem a Champions em risco, sendo que recebe os seus três adversários diretos na segunda volta.

Os leões tiveram um início desastrado, com apenas uma vitória nas primeiras quatro rondas e nunca conseguiram encarrilar mais do que três vitórias seguidas, oscilando sobretudo longe de Alvalade, com escassos três triunfos em nove encontros.

O treinador Rúben Amorim manteve-se fiel ao 3-4-3, do qual nunca abdicou, mas o Sporting nunca foi uma equipa autoritária ou fiável, apesar da melhoria de Pedro Gonçalves, em relação a 2021/2022, e das boas prestações de Porro, Ugarte ou Marcus Edwards.

Os leões têm desiludido na presente temporada
Os leões têm desiludido na presente temporadaSporting CP

A formação leonina só assumiu, em definitivo, o quarto posto a partir da 13.ª ronda e esteve em risco de o voltar a perder à 16.ª, valendo-lhe a má ponta final (duas derrotas) do Casa Pia, a equipa sensação da primeira volta.

De regresso à Liga 83 anos depois da primeira e única participação – oitavo e último em 1938/1939 -, o conjunto lisboeta é quinto colocado, com 27 pontos, num trajeto em que privilegiou a consistência defensiva (16 golos marcados e 16 sofridos).

A formação de Filipe Martins, que chegou a navegar no quarto lugar (oitava, nona, 11.ª e 12.ª rondas), destacou-se sobretudo fora, com cinco vitórias, sendo que ainda não jogou no seu Pina Manique, em melhoramentos, mas no Jamor e em Leiria.

O Casa Pia, que triunfou em Braga e Guimarães, acaba, porém, apenas um ponto acima do Arouca, de Armando Evangelista, que só venceu dois dos primeiros oito jogos, mas, depois, ganhou cinco dos últimos nove, incluindo um 1-0 ao Sporting.

Ricardo Batista, Vasco Fernandes, Lucas Soares, Kunimoto, Taira e Godwin foram esteios no Casa Pia, como Arruabarrena, Opoku, Quaresma, João Basso - único jogador de campo totalista -, David Simão, Alan Ruiz, Soro e Tiago Esgaio no Arouca.

Casa Pia e Arouca são as surpresas da primeira volta
Casa Pia e Arouca são as surpresas da primeira voltaLUSA

No sétimo posto, surge um Vitória de Guimarães muito irregular, sob o comando de Moreno, um homem da casa, e, nos lugares imediatos, são apenas três pontos a separa o oitavo, o Desportivo de Chaves, do 13.º, o Estoril Praia, que tem menos um jogo.

Pelo meio, estão ainda Vizela, Rio Ave, Boavista (também menos um jogo) e Portimonense, logo seguidos, um ponto abaixo, do Gil Vicente e do Famalicão, que surgem em crescendo, tendo conseguindo alguma folga – quatro pontos – para os três últimos.

No 16.º lugar, que apura para um play-off que foi "mortal" para as equipas da Liga nos últimos anos, segue o Santa Clara, a dar os primeiros passos com Jorge Simão, enquanto o Marítimo é 17.º, mas tem vindo a melhor com José Gomes. No último posto, está, há muito, o Paços de Ferreira, que despediu e readmitiu César Peixoto, cuja tarefa de salvar a equipa se afigura complicada - está a sete pontos do 17.º.