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Livro recorda vida e obra de José Manuel Constantino, o homem que "deu tudo ao olimpismo"

José Manuel Constantino recordado em obra
José Manuel Constantino recordado em obraJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
O livro “José Manuel Constantino – Pensar o Desporto, Pensar Portugal” foi esta quinta-feira apresentado, num momento de homenagem e recordação do antigo presidente do Comité Olímpico de Portugal, o homem que “deu tudo ao olimpismo”.

“É extremamente difícil traduzir em livro o que era o José Manuel”, notou Artur Lopes, que sucedeu na presidência do organismo ao seu amigo após a morte deste, durante a apresentação do livro da autoria de Vítor Serpa, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Carnaxide (Oeiras).

Para o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), escrever um livro sobre o seu antecessor, que descreveu como “o senhor desporto", era “uma obrigação”, pelo exemplo e “a lição inatingível” que deixou.

“Sei quanto era e exigiu de si mesmo, mas também sei o que era capaz de entregar. As suas mãos eram mãos de dar e deu tudo ao olimpismo”, um princípio que para Constantino era “básico”, recordou Artur Lopes.

Para o máximo dirigente desportivo nacional, “José Manuel Constantino – Pensar o Desporto, Pensar Portugal”“muito bem a ideia de quem foi” o homem que presidiu ao COP desde março de 2013 e que guiou Portugal nas suas melhores missões olímpicas (Paris-2024 e Tóquio-2020), “ao qual todos devemos muito e ao qual todos devemos muito respeito em todos os aspetos”.

Presente na apresentação do livro, o secretário de Estado do Desporto referiu “a enorme honra” sentida por “celebrar uma referência do desporto português”, “um líder sem medo de defender os seus princípios”, que se pautou sempre “pela discrição e pela frontalidade”.

Pedro Dias recordou “uma pessoa invulgar e um ser humano com uma grandeza de princípios”, que atribuía “grande importância aos afetos” e que fica na história pelo seu pensamento crítico, “quase sempre” assertivo.

“Era um homem livre”, resumiu, elogiando a “visão muito esclarecida e iluminada” que este tinha de como devia ser o desenvolvimento desportivo em Portugal e o seu “legado imprescindível” para o setor.

O secretário de Estado, que integrou a Comissão Executiva do COP durante a presidência de Constantino, defendeu que pensar o desporto é pensar o país.

“E esta obra convida-nos a essa reflexão. (…) Que este livro sirva de inspiração para todos os que diariamente trabalham para engrandecer o desporto nacional”, manifestou.

Já Edite Estrela, presidente da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto da Assembleia da República, destacou a merecida homenagem “a um homem valoroso e à sua obra”, recordando o antigo presidente como “um homem bom e cidadão exemplar” que pensava Portugal.

Se o autor da obra, Vítor Serpa, destacou “o desafio tremendo” de contar uma história de vida tão rica, num tão período curto de tempo – “três meses e meio”, e “a paixão” com que escreveu “José Manuel Constantino – Pensar o Desporto, Pensar Portugal”, o apresentador do livro Eduardo Marçal Grilo lembrou “um lutador” e “um homem notável”.

“(O livro) traça de forma muito brilhante o percurso de vida de José Manuel Constantino”, considerou.

José Manuel Constantino morreu em 11 de agosto, aos 74 anos, vítima de doença prolongada, poucos dias depois de ter acompanhado a Missão portuguesa em Paris-2024.

Antes, presidiu ao Instituto de Desporto de Portugal e à Confederação de Desporto de Portugal.

Autor de livros e artigos publicados sobre desporto, era considerado um dos grandes pensadores sobre o fenómeno em Portugal, algo que foi reconhecido com os títulos de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto, em 2016, e pela Universidade de Lisboa, em 2023.