Depois de ter gritado numa assembleia polémica que não se demitia porque não achava justo, depois de ter sido suspenso pela FIFA, depois de a sua mãe ter sido hospitalizada devido a uma greve de fome, depois de Jenni Hermoso se ter juntado ao Ministério Público para o denunciar por abuso sexual e depois de, entre outras coisas, jogadores, treinadores e o mundo do futebol, em particular, e o mundo do desporto, em geral, se terem virado contra ele, Rubiales decidiu finalmente demitir-se.
"Não posso continuar com o meu trabalho. Tomo esta decisão (de me demitir) depois de me ter sido assegurado que a minha saída contribuirá para a estabilidade que nos permitirá trazer o Campeonato do Mundo de 2030 para o nosso país", na candidatura conjunta com Portugal e Marrocos.
Esta demissão, confirmou Luis Rubiales, foi transmitida à Real Federação Espanhola de Futebol. "Entreguei a minha demissão de presidente da RFEF. Após a rápida suspensão pela FIFA, mais o resto dos processos abertos contra mim, é evidente que não poderei voltar ao meu cargo", reconheceu.
“Não quero que o futebol espanhol possa ser prejudicado por toda esta campanha tão desproporcionada e, sobretudo, tomo esta decisão ao saber que a minha saída contribuirá para a estabilidade que vai permitir que tanto a Europa como África continuem unidas no sonho de 2030, que permitirá trazer para o nossos país o maior evento do mundo”, frisou, agradecendo a todos os que o apoiaram.
Para além deste comunicado nas redes sociais, Rubiales também anunciou a demissão numa entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, na qual afirmou que não podia continuar com o seu trabalho.
Rubiales beijou Jenni Hermoso na boca, em 20 de agosto, no estadio de Sydney, após a vitória de Espanha no campeonato do mundo de futebol feminino.
A futebolista disse que o beijo não foi consentido, ao contrário do que afirma o presidente da federação. Antes, na bancada do estádio, Rubiales tinha tocado os próprios genitais para celebrar a vitória espanhola.
Os dois comportamentos valeram-lhe queixas do governo de Espanha ao Tribunal Administrativo do Desporto, que decidiu abrir um processo disciplinar a Rubiales, e a suspensão da FIFA do cargo de presidente da federação espanhola, durante 90 dias.
O presidente da RFEF em funções, Pedro Rocha, avançou com a demissão de Jorge Vilda do cargo de selecionador feminino, sendo substituído por Montse Tomé.
