Luis Rubiales: "Não me vou demitir, não me vou demitir, não me vou demitir"
Rubiales no seu estado puro. Quando muitas vozes no futebol espanhol esperavam que Luis Rubiales se demitisse depois do que aconteceu na cerimónia de entrega de medalhas da final do Campeonato do Mundo de futebol feminino, o presidente da federação espanhola reiterou que vai continuar no cargo e que não há razões para sair ou para ser desqualificado.
"Não me vou demitir, não me vou demitir, não me vou demitir, não me vou demitir, não me vou demitir, não me vou demitir", gritou aos quatro ventos e a quem quisesse ouvir.
Porque Rubiales, depois de explicar a sua versão dos factos, uma vez que a Espanha se sagrou campeã mundial, considera que não há motivos para sair quando, assegura, "fez a melhor gestão da história do futebol espanhol".
Perdão à Casa Real
A primeira coisa que o presidente da RFEF fez foi pedir perdão "sem paliativos de nenhuma classe" à Rainha, à Infanta e à Casa Real:
"Num momento de euforia agarrei-me a essa parte do corpo que vocês viram. Vou explicar olhando para Jorge Vilda (treinador da seleção feminina e presente na Assembleia). Fizeram-te a ti o mesmo que me estão a fazer a mim. Um discurso falso, transformá-lo em real. Temos estado juntos, eu, tu e a equipa. Mas toma atenção, fiquei emocionado ao ponto de perder controlo quando depois de ganhar o Mundial viraste para o palco e me dedicaste o triunfo. Que bolas tu tens, eu disse-te", vincou.
Uma vez explicada a sua reação, Rubiales reconheceu que esteve mal: "Tenho de pedir desculpas à Rainha, à Infanta, à Casa Real e a todos os que se sentiram envergonhados por isso. A emoção era grande e tínhamos sofrido muito. Não me justifico, perdão".
Beijo consentido
Depois disso, chegou o momento de explicar a sua versão dos factos, já no terreno do jogo, quando aconteceu o beijo com Jennifer Hermoso. "Mais um toque do que um beijo", quis enfatizar sobre o sucedido com a jogadora.
E logo a seguir, explicou em detalhe: "Claro, quem vê o vídeo vai entender que, perante 80.000 pessoas naquele momento, perante milhões a ver an televisão, entre elas as minhas famílias, que também lá estavam, o desejo que podia ter de um beijo nesse momento era exartamente o mesmo que podia ter dando um beijo a uma das minhas filhas. Não há desejo sexual, nem de posse. E todos percebem isso, até os meios de comunicação social que prestam homenagem ao Sr. Tebas (presidente da LaLiga), bem como aqueles que prestam homenagem ao falso feminismo, que é um flagelo neste país".
"Foi um beijo espontâneo, mútuo, eufórico e consentido, e é esta a chave. Foi consentido. Esta jogadora falhou um penálti, tenho uma grande relação com todas as jogadores, fomos uma família durante mais de um mês. E tivemos momentos carinhosíssimos nesta concentração", justifou antes de dirigir-se a uma das suas filhas, presentes no evento: "Minha filha, não chores, tens que estar tranquila, contente e orgulhosa de quem é o teu pai".
Rubiales continuou a explicar o ocorrido com Jennifer Hermoso.
"No momento em que apareceu Jenni, ela levantou-me do chão, e quase caíamos e ao deixar-me no chão abraçamo-nos, foi ela que me aproximou do seu corpo, e disse-lhe, esquece o penálti, estiveste fantástica e sem ti não teríamos ganho o Mundial. Ela disse-me 'és um crack'. Por isso lhe perguntei, 'um beijito'? Disse-me, está bem, e deu-me uma palmada nas costas e foi embora a rir-se".
Um comunicado que não entende
Depois de dar a sua versão dos factos, Rubiales passou rente à nota oficial enviada pela jogadora através da sua agência: "Um comunicado que não consigo entender. Não se trata de fazer justiça, é falso. Se se está a fazer um assassínio social, a mim estão a matar-me. Mais além da minha situação pessoal, como espanhol temos de fazer uma reflexão para onde vamos", defendeu-se.